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Violência Contra Indígenas em 2023: Roraima lidera número de assassinatos

Relatório anual do Cimi revela cenário alarmante para povos indígenas no Brasil, com ênfase em Roraima, mas também destaca problemas em outros estados

Violência Contra Indígenas em 2023:  Roraima lidera número de assassinatos
Foto: Renaud Philippe / Projeto “Retomada da Terra” de Renaud Philippe e Carol Mira.
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Roraima se destacou negativamente no relatório, com um número alarmante de 47 assassinatos de indígenas registrados ao longo do ano. Além disso, a Terra Indígena Yanomami, um dos principais focos de conflito, continua a sofrer com invasões de garimpeiros e violência, mesmo após operações de desintrusão.

O relatório "Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – Dados de 2023", publicado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), apresenta um panorama preocupante sobre a situação dos povos indígenas no país. O documento, que analisa o primeiro ano do governo Lula, revela a continuidade da violência e das violações de direitos contra comunidades indígenas. Roraima é um dos estados mais afetados, mas o relatório também destaca a gravidade da situação em outras regiões.

Contexto Geral e Expectativas

O início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva trouxe esperanças renovadas para a política indigenista, com a criação do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a nomeação de lideranças indígenas para cargos importantes. No entanto, o relatório indica que, apesar dessas promessas, o ano de 2023 foi marcado por avanços limitados na demarcação de terras e pela continuidade da violência e invasões.

 

Outros Estados em Destaque

O relatório também revela a gravidade da situação em outros estados:

  • Mato Grosso do Sul: 43 assassinatos de indígenas, além de altos índices de violência e conflitos relacionados à ocupação de terras.
  • Amazonas: 36 assassinatos de indígenas, além de desafios relacionados à exploração ilegal e conflitos com grandes empresas.
  • Bahia: Conflitos graves envolvendo o povo Pataxó, com assassinatos e ataques relacionados à falta de avanço nas demarcações de terras.
  • Maranhão: Alta taxa de violência contra indígenas do povo Guajajara, especialmente na Terra Indígena Arariboia.
  • Pará: Conflitos armados contra indígenas dos povos Tembé e Turiwara, exacerbados pela presença de grandes empresas de monocultura e produção de óleo de dendê.

Violência e Invasões

Em todo o Brasil, foram documentados 276 casos de invasões possessórias e exploração ilegal de recursos naturais em 2023. Roraima e outras regiões da Amazônia enfrentam os maiores desafios, com a continuidade das invasões e a insuficiência das ações de fiscalização e proteção das terras.

Violência Contra Pessoas

O relatório destaca que, além de Roraima, outros estados também enfrentam altos números de violência contra indígenas:

  • Assassinatos: Roraima (47), Mato Grosso do Sul (43), Amazonas (36), e Maranhão (26).
  • Violência Física e Ameaças: Estados como Bahia, Pará e Mato Grosso do Sul também apresentaram altos índices de violência.

Violência por Omissão do Poder Público

A falta de ações efetivas do poder público continua a agravar a situação, com problemas significativos em infraestrutura, saneamento básico e atendimento à saúde, agravados pela crise climática. Roraima, Amazonas e Mato Grosso do Sul são os estados mais afetados, com alta mortalidade infantil e desassistência em áreas essenciais.

Em entrevista na Rádio Monte Roraima, a coordenadora colegiada do Cimi Regional Norte I, Gilmara Fernandes, diz que os dados do relatório demonstram um cenário "extremamente grave e crescente em Roraima".  

"Quando você não combate, quando você não inibe, quando você não aplica a Constituição Federal que garante a questão da demarcação dos territórios, a fiscalização e proteção, você dá uma margem para que esse territórios sejam invadidos de diversas formas".

A situação dos povos indígenas em isolamento voluntário é preocupante. Apesar da renovação de portarias para proteção, muitos continuam vulneráveis às invasões e danos. A falta de proteção efetiva expõe esses povos a riscos contínuos em Roraima, Amazonas e outros estados.

O relatório do Cimi revela um cenário desolador para os povos indígenas no Brasil, com Roraima enfrentando desafios particularmente graves. A continuidade da violência, a lentidão na demarcação de terras e a falta de proteção efetiva são questões urgentes que precisam de uma política mais robusta e eficaz para garantir os direitos e a segurança das comunidades indígenas em todo o país.

Para acessar o relatório completo, clique aqui.

FONTE/CRÉDITOS: Dennefer - Relatório do Cimi
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