Na quarta-feira (13), ocorreu o dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção, a celebração é para lembrar a importância da conscientização sobre este transtorno e os prejuízos que pessoas com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade) enfrentam.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o TDAH é classificado como leve, moderado e grave, dependendo do grau de sintomas apresentados. Seu diagnóstico é baseado em vários comportamentos relacionados à hiperatividade, impulsividade e desatenção que afetam diretamente nas atividades sociais, acadêmicas e profissionais persistentes consecutivamente por mais de seis meses.
O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e tende a acompanhar o indivíduo por toda a sua vida. A Neuropsicóloga Magaly Sarah Rocha, explica o desenvolvimento desse transtorno. "Tudo que é neurodesenvolvimento já nasce com essa predisposição, isso significa que o funcionamento cognitivo vem alterado. As causas são genéticas, mas, não significa que se eu tenho um pai com TDAH eu tenho 100% de chances de ter o transtorno, mas, quando eu tenho uma criança com TDAH a uma chance maior do que 50% do pai ter o transtorno, lembrando que o TDAH não é hereditário", explicou.
Magaly fala que os sintomas do TDAH estão presente na vida de uma pessoa desde muito cedo, mas, o diagnóstico é a partir dos 5 anos de idade e destaca que o recomendado para fazer o diagnóstico é a partir dos 6 anos, quando a criança consegue passar por uma bateria de teste padronizado. “Por que a gente não consegue fazer o diagnóstico com 4 anos? Porque até os 4 anos a gente quer que a criança seja mais agitada, ativa, que ela explore e que ela mecha ou seja, curiosa. Quando a criança completa 5 anos, esses comportamentos precisam ser diminuídos, e a gente começa observar que em umas crianças isso não acontece, então, é um indicativo que sim, que pode ter alguma coisa diferente com a criança. Eu gosto de fechar o diagnostico com 6 anos porque é a idade que já tem testes padronizados, reconhecidos para avaliar todo o funcionamento da criança" relatou.
O transtorno se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD. A neuropsicóloga, ainda explica que é importante saber que há pessoas com TDAH onde não tem imperatividade e impulsividade, mas, são desatentas, assim como existe pessoas que são apenas imperativas e ressalta quem é diagnosticado são bastantes criativos e consegue desenvolver hiper foco e se tiverem o tratamento adequado, a pessoa terá um bom rendimento naquilo que se determina a fazer.
A jovem, Jhully Rocha, de 23 anos, foi diagnosticada com TDAH e fala que soube lidar com tranquilidade, também, relata o que é mais prejudicado no seu dia a dia por conta do transtorno. “No dia do diagnostico não entendi porque não prestei atenção, mas, procurei me informar do que se tratava. O que mais me prejudica com certeza é atenção, tanto na vida acadêmica e profissional, e esqueço muito o que devo fazer”.
Comportamentos que se caracteriza como TDAH:
- Desatenção: Pessoas que geralmente esquecem objetos, pessoas que não conseguem seguir mais de três comandos não relacionados, pessoas com dificuldades para manter atenção durante uma conversa demorada e pessoas que tem dificuldades em atividades com planejamento.
- Impulsividade: Pessoas que conseguem se meter em conversas que não são delas, que estão metidas em confusões, pessoas que respondem antes de ouvir uma pergunta e que não tem paciência para ouvir sermões.
- Imperatividade: pessoas que trocam muito de atividades, pessoas que não conseguem levar em diante os projetos, pessoas tem dificuldades de fazer autorregulação.
Yan Marinho Garcia, que também foi diagnosticado com o transtorno, fala sobre os seus principais sintomas. “O maior problema é a memória, hiperatividade que é quase impossível de controlar. Sons altos e extremamente agudos me irritam, não consigo ficar em locais assim.”
O Jovem explica que não conhecia o transtorno até ser diagnosticado e que até hoje não sabe muito sobre o TDAH. “Descobri no início de 2022 quando fui ao psiquiatra, onde fui diagnosticado com depressão e ansiedade. São muitas situações diárias que só quem passa consegue entender como é a inconveniência de sentir-se assim.”
De acordo com a Magaly, os testes precisam verificar todo o funcionamento cognitivo avaliando a atenção, memória, velocidade de processamento, se é uma pessoa que é melhor de forma verbal ou em raciocínio não verbal, como se desenvolve as questões de aprendizagem e se alguma coisa na personalidade é alterada.
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