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Sistema Nacional de Análises Balísticas revela correlação de crimes que não tinham testemunhas em Roraima

O diretor do Instituto de Criminalística, Sttefani Ribeiro, destacou os detalhes por trás dessa nova ferramenta de combate ao crime.

Sistema Nacional de Análises Balísticas revela correlação de crimes que não tinham testemunhas em Roraima
FOTOGRAFIA: Ascom/PCRR
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A PCRR (Polícia Civil de Roraima) está testemunhando avanços significativos na investigação criminal, graças à implantação do IBIS (Sistema Integrado de Comparação Balística em Roraima) ocorrido a partir de julho de 2023. Durante uma análise pericial realizada pela equipe de peritos do ICPDA (Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida), pela primeira vez foi possível correlacionar dois crimes de homicídios, ocorridos em momentos distintos, utilizando a mesma arma.

O diretor do Instituto de Criminalística, Sttefani Ribeiro, destacou os detalhes por trás dessa nova ferramenta de combate ao crime.

Segundo ele, desde a instalação do Sistema Nacional de Análises Balística, um programa nacional do MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), cujo estado de Roraima faz parte através da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil, que começou em julho, com treinamentos com a equipe do Canadá, até sua finalização em meados de outubro de 2023, os peritos criminais começaram a alimentar os dados dos projéteis, estojos e cartuchos recolhidos das cenas de crimes.

“Todos aqueles projéteis, estojos, cartuchos recolhidos da cena do crime pelo perito criminal são levados para a nossa Central de Custódia e, após analisados, são enviados para a Balística Forense. A Balística Forense alimenta o Sistema Nacional de Análise Balística com esses projéteis, que fazem parte de um grande banco de dados. E a partir da alimentação, ele começa a fazer cruzamentos automáticos. Hoje temos aproximadamente 140 projéteis e mais ou menos uns 30 estojos que estão dentro desse banco local”, ressaltou.

A grande novidade, segundo Sttefani Ribeiro, é que pela primeira vez foi possível correlacionar dois crimes de homicídios, ocorridos em momentos distintos, que a princípio não havia nenhuma conexão um com o outro, utilizando a mesma arma.

"Através de uma análise automática, o sistema conseguiu indexar e correlacionar, pela primeira vez no Estado de Roraima, dois crimes contra a pessoa, em que duas pessoas vieram a óbito, que foram praticadas um mês subsequente ao outro, com a mesma arma. Essa é a grande novidade que nós conseguimos hoje, correlacionar uma mesma arma utilizada em vários cenários criminosos”, destacou o diretor do ICPDA.

Do ponto de vista técnico-pericial, o diretor observou que chamou muita atenção, tanto da direção quanto dos peritos da balística, que esperam um resultado positivo no decorrer do tempo da alimentação a partir de 1.500 a 2.000 inserções de projéteis e/ou estojos.

“Nós esperávamos que algum resultado começasse a aparecer, obviamente. Então chamou a atenção que a partir de menos de 200 projéteis e estojos inseridos no sistema, ele já trouxe o primeiro resultado positivo. Então assim, a performance foi muito boa num curto espaço de tempo e com uma base de dados muito pequena”, comemorou.

O auxiliar de perito criminal Joel Cordeiro, que atua na perícia balística, compartilha sua perspectiva técnica sobre a importância do sistema utilizado para a captura da imagem desses elementos de munição.

“Nesses dois casos aqui, em questão, envolvendo dois homicídios em Boa Vista, analisamos os estojos desses dois casos. E o sistema, através dessas imagens que nós obtivemos, consegue fazer uma correspondência entre essas marcas específicas da arma, que deixam marcas individualizadoras, permitindo-nos identificar a arma a arma”, explicou.

Segundo Cordeiro, a perícia trouxe a similaridade, com verificação in loco com o microcomparador balístico.

“A grande importância desse sistema para a Segurança Pública de Roraima e para a nossa Perícia criminal é poder interlinkar casos que, a priori, não tinham nenhuma correlação e nem suspeitos. Por exemplo, num desses casos a gente tinha uma situação que não havia suspeito nem testemunha do crime. E em outro nós tínhamos. Então o sistema nos permitiu de forma automatizada localizar esses padrões que ligavam esses dois casos e, assim, a gente obteve esse resultado. Ou seja, ligamos dois casos que a priori não tinham ligação nenhuma”, detalhou.

 

OS CRIMES

Sobre o resultado da perícia, o diretor do Instituto de Criminalística destacou que os procedimentos serão encaminhados ao delegado titular da Delegacia Geral de Homicídios para subsidiar as investigações que estão em tramitação.

 

FONTE/CRÉDITOS: Sandra Lima
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