Para melhorar a assistência em saúde para os povos originários do Estado por suas unidades, a Sesau (Secretaria de Saúde), tem reforçado a atenção para um atendimento mais humanizado.
Os quadros clínicos considerados graves, por exemplo, são direcionados para o HGR (Hospital Geral de Roraima Rubens de Souza Bento) ou retaguarda do HC (Hospital das Clínicas Dr. Wilson Franco Rodrigues), enquanto quadros menos agressivos são encaminhados para o PACS (Pronto Atendimento Cosme e Silva).
“Intensificamos e melhoramos o nosso fluxo, e dessa forma, todos os pacientes que vêm da área indígena com patologias menos graves dão entrada pelo Cosme e Silva, onde são avaliados e passam pela equipe médica. Caso seja necessária a internação, ou eles ficam no Hospital das Clínicas ou no HGR”, explicou o secretário-adjunto da Sesau, Edson Castro.
Além do caráter imediatista, a mudança no fluxo de atendimento das unidades da rede estadual de saúde também tem como proposta o fortalecimento da parceria entre o Governo e os DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas) do Estado.
“A Sesau ainda tem promovido reuniões entre os distritos e as coordenações de Atenção Básica e Planifica SUS, onde medidas e ações são elaboradas e tomadas para melhorar o atendimento ao povo indígena”, reforçou o apoiador técnico do DSEI Leste, Kylvio Alves.
ATENDIMENTOS
Considerada a principal referência hospitalar do Estado, o HGR realizou 389 atendimentos a indígenas, no período de 1º de janeiro a 15 de março de 2023.
Hoje a unidade conta com enfermarias destinadas aos indígenas com redário, sistema de nutrição voltado para a cultura de cada etnia e equipe multiprofissional capacitada para fazer com que o paciente se sinta confortável durante a sua internação.
“Nós tentamos trazer um ambiente mais próximo possível com a realidade do paciente, porque nós sabemos que esse é um espaço totalmente diferente do que ele está acostumado”, destacou a coordenadora de Saúde Indígena do HGR, Patrícia Araújo.
Entre os pacientes assistidos pela unidade está Matilde Pedro, moradora da comunidade do Boqueirão, no município de Alto Alegre. Ela veio transferida para a capital após a piora de um ferimento por conta da diabetes.
A filha da paciente, Leonara Gaspar, conta que a equipe profissional do HGR tem sido bastante atenciosa com a situação clínica de sua mãe.
“Fui pra casa ontem porque eu fiquei bem despreocupada, ela já tinha tomado banho, tinham feito tudo que era preciso pela paciente. E aqui na sala da Coordenação Indígena somos bem tratados, qualquer informação eles passam para nós, eles estão atentos a tudo”, comentou.
Para Patrícia, a mudança veio a fortalecer ainda a parceria que já vinha sendo executada ao longo dos anos, principalmente no que diz respeito ao compartilhamento de informações de monitoramento dos pacientes indígenas.
“O Distrito Leste tem acesso às nossas informações sobre os pacientes indígenas que dão entrada no HGR, nós criamos um sistema no qual é inserido os indígenas no nosso sistema da Coordenação Indígena. Todos os dias são atualizados esses dados, ou seja, eles têm acesso aos prontuários dos indígenas. Então quando o paciente receber alta o médico da Casai (Casa de Apoio à Saúde Indígena) saberá como dar continuidade ao tratamento”, concluiu.
Comentários: