Guardas civis e profissionais das secretarias municipais de Saúde (SMSA) e Gestão Social (Semges) participaram de uma capacitação voltada à atenção e ao acolhimento da população em situação de rua no contexto de políticas sobre drogas. Promovido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o evento ocorreu nesta quinta-feira, 22, no auditório da Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Trânsito (SMST).
Por meio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad) do MJSP, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a capacitação abordou práticas e diretrizes que visam melhorar a abordagem e o suporte aos grupos vulneráveis e pessoas em situação de rua, integrando esforços entre os diferentes setores municipais.
A comandante da GCM, Cícera Mangabeira, destacou que a capacitação vai fortalecer ainda mais o trabalho que já é desenvolvido pelos guardas, dando foco ao atendimento da população migrante que vive no município e que aumentou nos últimos anos. “Esse movimento é de grande valor, porque vai auxiliar os nossos agentes na abordagem desse público”, falou.
Segurança e Saúde lado a lado
Os profissionais de saúde que também estão na linha de frente do atendimento à população vulnerável participaram ativamente da discussão. A referência técnica de Saúde Mental da Atenção Primária, Gilvânia Siqueira, avaliou a oportunidade. “É importante porque essa é uma temática que ainda envolve muito preconceito na nossa sociedade, mas que deve ser debatida para a garantia de políticas públicas e assegurar os diretos dessa população”, disse.
O evento marca um passo significativo na qualificação dos profissionais que estão na linha de frente do atendimento a grupos vulneráveis em Boa Vista. Com o apoio técnico do Ministério da Justiça e da Fiocruz, o município se fortalece na implementação de políticas públicas eficazes e integradas, que visam proteger e reintegrar pessoas em situação de vulnerabilidade.
Integração, escuta e a garantia de políticas públicas
Representando o Ministério da Justiça, Geórgia Mota destacou que o país vive uma mudança na perspectiva da política sobre drogas, em que o foco é o indivíduo e o cuidado com as pessoas. Por isso, a capacitação envolve os sistemas que já existem, sendo eles o Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
“A ideia é integrar esses sistemas estruturantes já existentes e ouvir o território, porque não adianta a gente formular políticas públicas sem conhecer a realidade dos lugares. Por meio da capacitação entendemos quais práticas são desenvolvidas, quais são promissoras e, principalmente, quais os desafios que esses profissionais encontram com essa população”, falou.
Para Tamires de Oliveira Garcia, representante da Senad/Fiocruz, o mapeamento das políticas sobre drogas envolve escuta e diálogo. “A ideia, nesse momento, é entender como são as práticas da Guarda Municipal com a população que está em situação de rua e qual é o diálogo que existe, e se existe, com o SUS e o SUAS”, explicou.
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