A comunidade educacional de Uiramutã se reuniu para o encerramento do ciclo de seminários do Programa CNCA (Compromisso Nacional Criança Alfabetizada em Roraima). Realizado na Escola Estadual Joaquim Nabuco, o evento foi dedicado a docentes da educação infantil e do ensino fundamental, gestores e coordenadores pedagógicos das redes municipal e estadual de ensino.
O CNCA é uma iniciativa do Governo Federal, executado pela Seed (Secretaria de Educação e Desporto) por meio do Ceforr (Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima) em parceria com a Undime-RR (União dos Dirigentes Municipais de Educação de Roraima), e tem como pacto sete eixos fundamentais que devem ser implantados dentro das escolas.
Representando o Governo de Roraima, o diretor do Departamento de Educação Escolar Indígena da Seed, Leonardo Pereira, disse que o seminário é um símbolo que abraça de maneira responsável os professores de alfabetização.
“Todos trabalhando para que nós mudemos esse percalço da falta do alfabetizado na sociedade, principalmente na educação escolar indígena, onde a dificuldade da educação é muito grande. Nós temos um desafio pela frente para superar e conseguiremos”, afirmou.
Este seminário foi o último de uma série de eventos destinados à implementação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada em Roraima. A formação teve o objetivo de conscientizar e preparar os profissionais para garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade, com foco na alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental.
“Nós estamos na conclusão do seminário que nós iniciamos há dois meses atrás e aqui, por ser um município com o maior número de estudantes indígenas, de escolas indígenas também, nós resolvemos fazer presencialmente. Nós estamos com aproximadamente 300 professores das redes municipais e estaduais”, disse a gerente de formação de profissionais de escolas indígenas do Ceforr, Adine Lima.
A professora Alcimara Cadete de Lima da Escola Estadual Indígena Júlio Pereira, localizada na sede de Uiramutã, disse que o Seminário é de extrema relevância, muitas temáticas importantes para os profissionais da educação.
“Estamos empenhados em trabalhar, fazer parcerias, juntamente com as Secretarias Municipais de Educação e também a Secretaria Estadual de Educação. Para mim é muito gratificante ter essa parceria ao nosso lado, que somos professores e principalmente também pais de famílias, no qual também temos filhos, na rede municipal e estadual, e para mim isso é gratificante, porque vai contribuir na formação acadêmica dos nossos profissionais de educação, e também quem tem a ganhar com isso, são as nossas crianças”, completou.
Alcance e Impacto dos seminários nos municípios de Roraima
Em dois meses de eventos, os seminários alcançaram quase 4 mil participantes nos municípios de Pacaraima, Normandia e Uiramutã, além de duas formações virtuais destinadas aos demais municípios do Estado de Roraima.
O Seminário Municipal em Uiramutã foi uma continuidade dos esforços iniciados no Seminário Estadual do Programa Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, realizado no dia 19 de março, no auditório da Uerr (Universidade Estadual de Roraima), em Boa Vista.
Destinado a secretários municipais de educação, articuladores e professores das redes estadual e municipais de ensino, o evento teve como objetivo efetivar o Comitê Estadual do programa. Após a instalação do Comitê Estadual, o Ceforr deu continuidade ao ciclo de seminários voltados para professores.
DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) de 2021 mostram que 56,4% dos alunos do 2º ano do ensino fundamental a nível nacional foram considerados não alfabetizados, totalizando 2,8 milhões de crianças.
Em Roraima, o percentual de crianças alfabetizadas no 2º ano do fundamental é de apenas 31,45%, conforme os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2021.
Esses números reforçam a importância de iniciativas como o Programa Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, que visa garantir 100% de alfabetização ao final do 2º ano do ensino fundamental e recompor as aprendizagens, especialmente considerando os impactos da pandemia.
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