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Semana Estadual de Combate ao Alcoolismo marca início do mês com eventos, palestras e atividades relacionadas à prevenção

No Brasil, estimativa é de que 12 milhões de pessoas sejam dependentes do álcool. Doença é responsável por 6,5% dos óbitos no país.

Semana Estadual de Combate ao Alcoolismo marca início do mês com eventos, palestras e atividades relacionadas à prevenção
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A Semana Estadual de Combate ao Alcoolismo, estabelecida pela Lei nº 996/2015, proposta pela deputada Aurelina Medeiros (PP), marca o início de setembro com uma série de eventos, palestras e atividades relacionadas à prevenção e enfrentamento do alcoolismo.

Medeiros destacou a importância de falar sobre a doença que, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), é um problema de saúde pública que afeta 320 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a estimativa é de que 12 milhões de pessoas sejam dependentes do álcool. A doença é responsável por 6,5% dos óbitos no país.

O álcool é uma droga que é vendida em todo lugar e que pode ser facilmente acessada por menores de idade. No meu entendimento, é uma porta de entrada para outros problemas, como depressão, uso de drogas ilícitas e até mesmo a violência. Por isso, é importante conscientizar a população sobre os riscos”, afirmou a parlamentar.

Os efeitos do alcoolismo no organismo humano são graves e podem levar a doenças como câncer, cirrose, problemas cerebrais e até mesmo à morte. Além disso, também pode afetar negativamente a vida familiar e social da pessoa.

O álcool é uma substância psicoativa que afeta o sistema nervoso central, causando alterações no comportamento, cognição e humor. O consumo excessivo pode causar danos a diversos órgãos e sistemas do corpo, incluindo o fígado, o coração, o cérebro e o sistema nervoso”, explicou a médica Izabela Marques, do Núcleo de Saúde da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

A doença é complexa e pode ter causas genéticas, ambientais e psicológicas. “Existe uma predisposição genética, mas também uma influência ambiental muito grande, tanto da família como no círculo de amizade. É um processo gradual que começa, muitas vezes, por causa de algum amigo ou de ver alguém bebendo”, disse Marques.

O tratamento é multidisciplinar e individualizado, mas geralmente envolve terapia, medicamentos e apoio social. No entanto, a médica enfatiza que a vontade do indivíduo é crucial para o sucesso. “O primeiro passo para qualquer tratamento adequado é a pessoa ter a vontade de se libertar do vício”, ponderou.

Essa força de vontade pode ser reconhecida na história de João (nome fictício), de 50 anos. Ele começou a beber aos 13 e, com o tempo, a dependência se agravou. “Eu vivia no meio de festas, bebia todos os dias. Fui perdendo as pessoas que amava muito, ficando triste e sozinho”, revelou.

Aos 48 anos, ele decidiu buscar ajuda e iniciar um processo de recuperação. Passou um ano como interno numa fazenda e teve apoio de amigos, familiares e profissionais de saúde. No entanto, lamentou que nem todos que enfrentam a dependência têm acesso a esse suporte, especialmente aqueles que são economicamente desfavorecidos.

Muitas pessoas não têm, são muito pobres, as famílias não têm como ir visitar nem mandam coisas pessoais, como material de higiene. Aí, o órgão público ajudaria também”, disse ao pedir mais envolvimento da sociedade na luta contra a doença.

Reconstrução

O Grupo Reflexivo Reconstruir, da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa, é um exemplo de iniciativa que busca combater a violência doméstica e promover o desenvolvimento saudável das famílias. Por meio de encontros semanais, os participantes são convidados a refletir sobre seu comportamento, aprender sobre a importância do respeito e buscar uma mudança de mentalidade.

A iniciativa do grupo surgiu da Assembleia como resposta à necessidade identificada pela própria Lei Maria da Penha de abordar os agressores, trabalhando para quebrar o ciclo de comportamento violento”, explicou o advogado do grupo, Josemar Batista.

O espaço oferece palestras e debates sobre temas como o uso de álcool e drogas, a fim de abordar as raízes da violência e suas conexões com outros comportamentos prejudiciais. “Tratamos temas da psicologia, do direito e do serviço social, como as drogas ilícitas e o álcool, que são elementos ensejadores da violência, a violência contra a mulher”, disse o advogado.

Pedro (nome fictício), de 39 anos, é um dos participantes do grupo. Em um episódio de violência doméstica motivado por ciúmes, que envolveu o consumo de bebida alcoólica, ele agrediu sua parceira.

As reuniões e palestras têm sido muito produtivas. Elas falam sobre drogas e como o álcool também pode influenciar a violência doméstica. Ainda convivo com a mulher que me denunciou. Temos um filho juntos, e outro filho está prestes a nascer. Às vezes, sinto como se estivesse em uma encruzilhada, pois acho que não deveria estar passando por isso. Mas, Deus sabe o que faz. Essa também é uma forma de aprimorar meus conhecimentos, então tem servido como um processo de autoconhecimento”, avaliou Pedro sobre as lições tiradas nas reuniões.

As atividades do Grupo Reflexivo Reconstruir são realizadas no prédio da Procuradoria Especial da Mulher, na Avenida Santos Dumont, nº 1.470, bairro Aparecida. Os atendimentos presenciais ocorrem de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

FONTE/CRÉDITOS: assembleiarr
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