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Seca: Amazonas sofre com falta de alimentos e queimadas

Falta de alimentos e de água potável; comprometimento do transporte fluvial e enfrentamento às queimadas.

Seca: Amazonas sofre com falta de alimentos e queimadas
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Uma séria crise humanitária assola o estado do Amazonas, à medida que uma estiagem afeta a vida de milhares de pessoas. O governador do estado, Wilson Lima, destaca a falta de alimentos, água potável e o comprometimento do transporte fluvial como os principais problemas enfrentados pela população devido à forte seca que assola a região.

Situação de emergência em 40 municípios

A seca intensa que afeta o Amazonas já levou à declaração de estado de emergência em 40 municípios, enquanto dezenove estão em alerta, um em atenção e apenas dois em normalidade. A magnitude dessa crise exige ações imediatas para atender às necessidades dos afetados.

Na última quarta-feira, após uma reunião com uma comitiva do governo federal em Manaus, o governador Wilson Lima falou sobre os efeitos devastadores da estiagem nos rios Solimões e Madeira, que desempenham um papel vital na região.

Medidas para melhorar a navegabilidade fluvial

Para enfrentar a situação e melhorar a navegabilidade na região, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou a autorização de uma ordem de serviço para realizar oito quilômetros de dragagem no Rio Solimões, um trabalho que pode durar de 30 a 45 dias. Nos próximos 15 dias, o governo federal planeja contratar mais 12 quilômetros de dragagem no Rio Madeira.

Alckmin assegurou que o fornecimento de energia está garantido na região, mas ressaltou que o Operador Nacional do Sistema avaliará a necessidade de acionamento de termelétricas para suprir possíveis demandas crescentes decorrentes da crise hídrica.

El Niño e mudanças climáticas: fatores agravantes

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a influência do fenômeno natural El Niño e das mudanças climáticas na ocorrência de eventos climáticos extremos, como as fortes chuvas no Sul e a seca no Norte do Brasil. Essa situação contrasta com o padrão climático observado no início deste ano.

Segundo especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a combinação do El Niño, caracterizado pelo aquecimento do oceano Pacífico Equatorial, com o aquecimento do oceano Atlântico Norte, está inibindo a formação de nuvens e chuvas na região. Embora os efeitos dos dois fenômenos ocorram em regiões diferentes da Amazônia, ambos contribuem para a redução das chuvas.

Anúncio de medidas de auxílio

Em resposta à crise, o governo federal anunciou medidas para auxiliar os municípios amazonenses em situação de emergência. O pagamento do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) será antecipado para o dia 19 de outubro. Além disso, para as famílias afetadas por deslizamentos de terra em Beruri, será disponibilizado o Auxílio Abrigamento, com valores variando entre 400 e 800 reais por pessoa. O repasse será efetuado pela prefeitura do município.

A seca no Amazonas serve como um alerta contundente sobre a urgência de se adotar medidas para combater as mudanças climáticas e preservar a floresta amazônica, que desempenha um papel vital na regulação do clima global. Com eventos climáticos extremos se tornando mais frequentes, a necessidade de ações coordenadas e efetivas se torna cada vez mais evidente para enfrentar os desafios impostos pela natureza e pelo homem.

Reportagem: Libia López

Fontes: Agência Brasil

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