O Estado de Roraima registrou a maior taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) entre as 27 unidades da Federação, atingindo R$ 21,1 bilhões em 2022. O crescimento real da economia do Estado (variação do PIB já descontada a inflação) foi de 11,3%, apresentando o maior resultado do País, sendo 8 pontos percentuais superior às taxas do Brasil (3%) e da Região Norte (2%).
Todos os setores da atividade econômica apresentaram crescimento real maiores que os de 2021, com destaque para a agropecuária, que atingiu uma taxa de crescimento real de 28%, após ter crescido 24,8% em 2021 e 11% em 2020, chegando a um crescimento real acumulado entre 2019 e 2022 de 86,1%.
Os números positivos foram divulgados em entrevista coletiva realizada pelo Governo de Roraima, Seplan (Secretaria de Planejamento e Orçamento) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), na manhã desta quinta-feira, 14, no Palácio Senador Hélio Campos.
“Em todos os dados divulgados pelo IBGE, Roraima é destaque entre os primeiros colocados. Isso é fruto de um trabalho focado na austeridade e na aplicação eficiente dos recursos públicos, além da valorização do Governo de todos aqueles que produzem aqui e buscam atrair novos investidores para o Estado”, declarou o governador Antonio Denarium.
O chefe do Executivo estadual defendeu ainda que medidas voltadas para garantir regularização fundiária, licenciamento ambiental, energia limpa e de fontes renováveis, além de outras ações, proporcionam confiança e credibilidade para Roraima, fortalecendo a sua matriz econômica.
“É uma soma de ações que ao serem implementadas trazem resultado, como por exemplo, um ambiente seguro e favorável aos negócios. Que é exatamente o que temos feito desde que iniciamos a gestão. Quanto mais investimentos, mais desenvolvimento e mais geração de oportunidades”, destacou.
O superintendente do IBGE em Roraima, Welisson Araujo Cordeiro, apontou que os dados evidenciam que Roraima está em processo de diversificação de recursos na economia local, investindo em outras atividades que não sejam praticadas somente pelo poder público.
“Com esses dados a gente consegue mostrar o quanto o Estado cresce e com eles também podemos trazer novos investimentos, seja do setor privado ou do público, e que causem impactos positivos para a população, trazendo melhorias na qualidade de vida. A população deixa de ter acesso somente à renda contribuída pelos governos e passa a ter mais fontes de recursos”, disse.
Os dados também foram destacados pelo secretário da Seplan, Rafael Fraia, que ressaltou que o crescimento da economia de Roraima em 2022 configura o maior do Brasil. “Se acumularmos o período dos últimos 4 anos [2019 a 2022], vamos chegar a um crescimento de 25,4%, um dado impressionante, que demonstra o dinamismo e desempenho positivo de nossa economia, aliado ao esforço conjunto do governo e da iniciativa privada”, pontuou.
Conforme detalhou a coordenadora da CGEES (Coordenação de Estudos Econômicos e Sociais) da Seplan, Jádila Andressa, em 2022, o PIB per capita de Roraima, dado que representa o valor do PIB dividido pelo número de habitantes, alcançou o montante de R$ 33.152. Ela avaliou como um crescimento sustentável, ao levar em consideração o fluxo migratório acrescido na população de Roraima.
“Entre 2019 e 2022, podemos afirmar que tivemos um crescimento sustentável do PIB per capita, apesar do constante aumento da população, vinculado ao fluxo migratório venezuelano. No cenário nacional, Roraima é o 4º maior na escala Norte-Nordeste e o 15º colocado em relação às demais unidades federativas, tendo melhorado uma posição em relação à 2021 nos dois casos. Além disso, o estado ocupa a 4ª posição em relação à taxa de crescimento do PIB per capita”, disse.
Agropecuária é responsável por impulsionar alta na economia
Entre os três grupos de atividades econômicas, a agropecuária apresentou a maior variação percentual na economia de Roraima em 2022, com crescimento de 28%. O governador justificou o resultado, associando as atividades de fortalecimento da agricultura e pecuária.
“Nos últimos anos, Roraima vem realizando uma mudança estrutural importante, substituindo uma parcela da administração pública e da indústria pela produção agropecuária. O setor agropecuário de 2018 para 2024 cresceu 97%, o dobro da média nacional, e 10 vezes acima da média nacional”, reforçou o governador.
Ele ressaltou que Roraima é um estado que tem um potencial produtivo muito grande e essas oportunidades têm que ser exploradas em benefício da população.
“De acordo com dados da Agência de Defesa Agropecuária, somos o Estado que tem o maior crescimento do rebanho bovino. Saímos de 780 mil animais em 2018 para 1,2 milhão de animais agora em 2024. O Governo trabalha para promover a pecuária, a agricultura familiar, os médios e grandes produtores. É dessa forma que Roraima está crescendo e está dando certo”, afirmou Denarium.
Serviços industriais de utilidade pública estimula indústria
Apesar do setor industrial ter perdido participação relativa dentro da produção roraimense, no cenário de comparação nacional o setor teve um grande desempenho. Os maiores destaques foram os serviços industriais de utilidade pública e a indústria de transformação, que obtiveram taxa de crescimento real de 36% e 21,5%, respectivamente, sendo as maiores taxas de crescimento do Brasil.
Além disso, o Estado de Roraima obteve a quarta maior taxa de crescimento real no setor de indústria extrativa (20,1%), enquanto que no setor de construção obteve crescimento real de 7,1%, sendo a segunda maior taxa de crescimento da região Norte (décima maior do Brasil).
Setor de serviços também aumentou participação
Os dados mostram que o setor de serviços também cresceu a taxa real significativamente alta em 2022, ao registrar 20,5%. Os destaques são para o comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (9%), as atividades imobiliárias (7,7%), a administração pública (4,1%) e para os outros serviços (27,6%), tendo todos eles atingido a marca de maior taxa de crescimento real do Brasil.
Além disso, o Estado também se destacou no setor de transporte, armazenagem e correio (17,4%), que obteve a segunda maior taxa de crescimento real do Brasil.
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