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Roraima recebe 16 blindados do Exército para reforçar segurança na fronteira com Venezuela

Veículos percorreram 6 mil quilômetros da cidade de Cascavel, no Paraná, até Boa Vista.

Roraima recebe 16 blindados do Exército para reforçar segurança na fronteira com Venezuela
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Roraima recebeu nessa terça-feira (2) 16 viaturas blindadas do Exército Brasileiro para reforçar a segurança na fronteira entre Brasil e Venezuela. O envio ocorre devido à tensão entre o país venezuelano e a Guiana pela região de Essequibo (entenda mais abaixo).

As viaturas percorreram 6 mil quilômetros da cidade de Cascavel, no Paraná, até Boa Vista, capital de Roraima. A viagem iniciou no dia 6 de dezembro e os veículos percorreram vias fluviais e terrestres para chegar até o estado.

Em dezembro, o Ministério da Defesa informou que havia deslocado blindados para reforçar a segurança em Pacaraima, cidade que faz fronteira com a Venezuela. À época, o ministro da Defesa, José Múcio, disse que a operação já estava planejada para o combate ao garimpo na região, mas que as viaturas podem ajudar na segurança da região.

O ministro afirmou que o Brasil não permitirá o uso de território brasileiro para que a Venezuela invada a Guiana e chegou a avaliar a movimentação de Maduro para anexar parte do território da Guiana como uma manobra política devido à proximidade das eleições no país vizinho.

"Eles só chegarão à Guiana passando, se passassem, por território brasileiro. E nós não vamos permitir em hipótese nenhuma", disse Múcio.

Os veículos são do modelo guaicuru, leve sobre rodas (VBMT-LSR) 4X4 LMV-BR, batizados assim em homenagem ao povo indígena do Centro-Oeste brasileiro. O conjunto de viaturas deve ser integrado 18º Regimento de Cavalaria Mecanizado, uma nova unidade montada em resposta à atual "conjuntura geopolítica da fronteira norte", segundo o Exército.

"A ação faz parte do Plano Estratégico do Exército e visa fortalecer a prontidão operacional e logística do Comando Militar da Amazônia. Tal iniciativa reafirma o comprometimento do Exército Brasileiro em garantir uma presença forte e eficiente na Região Amazônica", disse.

Ainda em dezembro, o blog da Julia Duailibi adiantou que Exército brasileiro iria enviar 28 veículos blindados para a região da fronteira com a Venezuela após escalada de tensão relacionada à disputa entre Venezuela. Na lista dos veículos estão os 16 guaicurus, seis guarani e seis cascavel.

Disputa por Essequibo
Em novembro do ano passado, o Ministério da Defesa anunciou que iria intensificar a segurança na região da fronteira, em Roraima, devido à escalada da disputa entre a Guiana e Venezuela pela região de Essequibo.

O assunto retomou para discussão dos países depois que o presidente da Venezuela Nicólas Maduro, realizou um referendo sobre a anexação de Essequibo, região maior que a Inglaterra e o estado do Ceará que corresponde à 70% do território guianês mas que a Venezuela alega ser sua historicamente.

O território de Essequibo é disputado pela Venezuela e Guiana há mais de um século. Desde o fim do século 19, está sob controle da Guiana. A região representa 70% do atual território da Guiana e lá moram 125 mil pessoas.

Na Venezuela, a área é chamada de Guiana Essequiba. É um local de mata densa e, em 2015, foi descoberto petróleo na região. Estima-se que na Guiana existam reservas de 11 bilhões de barris, sendo que a parte mais significativa é "offshore", ou seja, no mar, perto de Essequibo. Por causa do petróleo, a Guiana é o país sul-americano que mais cresce nos últimos anos.

A Guiana afirma que é a proprietária do território porque existe um laudo de 1899, feito em Paris, no qual foram estabelecidas as fronteiras atuais. Na época, a Guiana era um território do Reino Unido.

Tanto a Guiana quanto a Venezuela afirmam ter direito sobre o território com base em documentos internacionais.

Já a Venezuela afirma que o território é dela porque assim consta em um acordo firmado em 1966 com o próprio Reino Unido, antes da independência de Guiana, no qual o laudo arbitral foi anulado e se estabeleceram bases para uma solução negociada.

 

 

 

 

FONTE/CRÉDITOS: G1
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