Manaus, a capital do Amazonas, enfrenta uma situação crítica à medida que o Rio Negro se aproxima do nível mais baixo já registrado em sua história. Nesta sexta-feira, 13 de outubro, o nível do rio atingiu 13,91 metros, aproximando-se perigosamente do recorde anterior de 13,63 metros, datado de 24 de outubro de 2010. Essa condição, resultado da forte seca que afeta o estado do Amazonas neste ano, ameaça o abastecimento na região.
A Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem alerta que metade das mercadorias programadas para serem transportadas nesse período não poderão ser movimentadas devido à diminuição do nível dos rios na região. Os produtos mais impactados por essa situação incluem alimentos como arroz, produtos congelados e resfriados, cimento, metais, cerâmica, porcelanato e fertilizantes.
Com a escassez de abastecimento, é provável que a população da região presencie um aumento nos preços dos produtos, uma vez que a oferta será menor, e os custos de frete, devido às dificuldades de transporte, tendem a crescer. Além disso, a Zona Franca de Manaus, importante polo industrial da região, enfrentará desafios para escoar seus produtos.
A situação se agrava ainda mais com o fato de que os navios das empresas Aliança e Mercosul Line não conseguem mais chegar a Manaus devido ao baixo nível do Rio Amazonas, que impacta as condições de navegação. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários tomou medidas para mitigar a crise autorizando as empresas a alugar embarcações menores, considerando as profundidades reduzidas dos rios.
O impacto dessa situação não está apenas ligado ao abastecimento de Manaus, mas também tem implicações em toda a região amazônica, onde os rios desempenham um papel fundamental no transporte e comércio. A seca prolongada e a diminuição dos níveis dos rios são um lembrete da fragilidade do ecossistema amazônico e das mudanças climáticas que estão afetando a região.
À medida que o Rio Negro continua a registrar níveis historicamente baixos, é imperativo que as autoridades locais e nacionais coordenem esforços para mitigar os impactos e encontrar soluções sustentáveis para a preservação do ecossistema amazônico e o abastecimento da região. A crise atual destaca a necessidade de atenção contínua às questões ambientais na Amazônia e o impacto das mudanças climáticas na vida das comunidades locais.
Comentários: