A Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) promoveu uma reunião de Análise da Conjuntura da Amazônia, reunindo especialistas, lideranças e a presidência da REPAM-Brasil para discutir estratégias e preparações para a COP30, além de abordar os desafios socioambientais que impactam a região.
Durante o encontro, Melillo Dinis, consultor jurídico da REPAM, destacou: “A COP30 deve ser encarada como um processo contínuo de mobilização e não apenas como um evento pontual”, reforçando a importância da participação ativa dos povos amazônicos em todas as etapas da conferência. Mayara apresentou a estratégia de comunicação coletiva, enfatizando a necessidade de democratizar o acesso à informação e dar visibilidade às pautas das comunidades tradicionais.

Os impactos do mercúrio proveniente do garimpo ilegal foram um dos temas centrais da reunião. Dom Evaristo, presidente da REPAM, e Melillo alertaram para os riscos da contaminação dos rios e os danos à saúde das populações indígenas. Além disso, foi debatida a insegurança gerada pelo marco temporal, que ameaça os direitos dos povos originários.
A mobilização territorial foi outro ponto de destaque. Robervone Nascimento da Tenure sugeriu: “Ampliar a articulação dos movimentos dentro da Cúpula dos Povos, com a realização de seminários e campanhas para fortalecer essa participação.” Mayara Lima, da comunicação da Mobilização dos Povos pela Terra e pelo Clima, explicou que já atuam em diversas frentes nesse espaço, buscando garantir a representatividade das comunidades amazônicas nos debates globais.


Entre os desafios e estratégias para o futuro, Sérgio Floro da Cáritas Suiça destacou a possibilidade de integrar experiências do Nordeste e da Amazônia por meio da transferência de tecnologias sociais. Cecília Iorio da Cafod, por sua vez, questionou as áreas prioritárias de atuação da REPAM na organização da COP30, ressaltando a importância de um planejamento estruturado.
Dom Pedro e Dom Nereudo encerraram a reunião reforçando: “A necessidade de um olhar amplo e inclusivo para os desafios amazônicos, envolvendo diferentes setores da sociedade na defesa do meio ambiente e dos direitos humanos.” Dom Pedro deixou uma mensagem de esperança, ressaltando que a luta por justiça socioambiental exige persistência e compromisso coletivo.
A reunião evidenciou a complexidade dos desafios enfrentados na Amazônia e a importância da COP30 como catalisadora de ações concretas. A REPAM segue comprometida em fortalecer o diálogo e a colaboração entre comunidades, lideranças e organizações internacionais para garantir que a voz da Amazônia seja ouvida nos espaços de decisão global.
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