No domingo ,3, de dezembro, os eleitores venezuelanos participaram de um referendo sobre a soberania, e os resultados revelaram um apoio expressivo de 95% dos participantes ao projeto liderado pelo Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O líder venezuelano celebrou o resultado como uma "esmagadora vitória do sim", destacando a perspectiva de anexar a área como um novo estado venezuelano. No entanto, vozes críticas levantam preocupações sobre a baixa participação dos eleitores, o que poderia comprometer a legitimidade dos planos de Maduro.
Posicionamentos Contrastantes
O Presidente da Guiana, Irfaan Ali, emitiu uma mensagem tranquilizadora durante uma transmissão ao vivo no Facebook. Ele assegurou aos seus compatriotas que não há motivo para temer e que seu governo está empenhado em garantir a integridade das fronteiras da Guiana e a segurança da população. A região em disputa é uma área vasta, com mais de 130 mil quilômetros quadrados, rica em recursos como gás, petróleo, ouro, diamante e outros minerais.
Histórico da Disputa
A Guiana tem mantido o controle efetivo dos 160 mil quilômetros quadrados a oeste do Rio Essequibo desde a demarcação da fronteira em 1905, durante seu período como colônia britânica. No entanto, a Venezuela não reconhece essa fronteira, alegando que o limite foi estabelecido de maneira fraudulenta pelo Laudo Arbitral de Paris em 1899.
A disputa se intensifica pela riqueza da região, especialmente o campo de Stabroek, que abriga cerca de 11 bilhões de barris de petróleo e está sendo explorado em parceria com empresas como ExxonMobil e CNOOC.
Perspectiva Internacional
Desde 2018, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia tem analisado a questão, conforme orientação da Organização das Nações Unidas (ONU). Entretanto, a Venezuela se recusa a aceitar a jurisdição da CIJ sobre o assunto, insistindo que o único instrumento válido é o Acordo de Genebra de 1966.
O presidente do Brasil Lula da Silva, em resposta à crescente tensão, apelou ao bom senso, destacando que a América do Sul não precisa de conflitos. Ele afirmou: "Espero que o bom senso prevaleça do lado da Venezuela e da Guiana, pois o que precisamos agora é de cooperação e não de conflito."
A questão da fronteira continua sendo uma fonte de tensão regional, enquanto a comunidade internacional observa atentamente os desenvolvimentos e a busca por uma resolução pacífica.
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