Quase 200 mil brasileiros vivem com HIV e não fazem o tratamento gratuito disponível no SUS. E as mulheres são as que apresentam piores desfechos em todas as etapas dos cuidados.
As informações fazem parte de boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (30) pelo Ministério da Saúde, na véspera do Dia Mundial de Luta Contra Aids.
No Brasil, dos cerca de 1 milhão de pessoas que vivem com HIV, 90%, ou seja, 900 mil, tiveram o diagnóstico confirmado.
Para alcançar a meta da Organização Mundial de Saúde de eliminação do HIV como problema de saúde pública até 2030, o país precisa diagnosticar 95% do público estimado.
Além disso, é preciso colocar 95% dessa população em tratamento antirretroviral. Até o momento, o índice alcançado pelo país foi de 81%, como explicou Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV/Aids do Ministério da Saúde.
Segundo o governo federal, o país conseguiu chegar à meta de 95% das pessoas que estão em tratamento terem a carga viral indetectável e, portanto, intransmissível, como destaca Draurio Barreira.
Estima-se que 650 mil homens e 350 mil mulheres vivam com HIV no Brasil. As diferenças nos percentuais de diagnóstico, tratamento e supressão de carga viral entre os dois grupos são detalhadas por Barreira.
O representante do Ministério da Saúde também destacou a importância da prevenção para a população não portadora do vírus HIV, especialmente com a PREP, profilaxia pré-exposição. Este ano foram 73 mil usuários em PREP, aumento de 45% em relação ao mesmo período do ano passado.
Para triplicar o número, o governo vai lançar em fevereiro do próximo ano edital voltado para organizações da sociedade civil, com investimento inicial de R$ 40 milhões.
A nova campanha contra Aids do Ministério da Saúde aponta a prevenção e o tratamento como um dos caminhos para a AIDS deixar de ser uma ameaça à saúde pública.
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