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Projeto do IFRR promove divulgação de textos produzidos por mulheres de diferentes estados do País

O projeto tem objetivo de contribuir com apoio para o acesso de mulheres à produção escrita e a publicações de autoria feminina.

Projeto do IFRR promove divulgação de textos produzidos por mulheres de diferentes estados do País
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O Instituto Federal de Roraima (IFRR), realizou o projeto “Mulheres que Escrevem: Produção e Circulação de Textos Femininos”. A iniciativa do Campus Boa Vista (CBV), alcançou estudantes e professoras de diferentes regiões do País, resultando na publicação dos livros Mulheres que Escrevem: Essência e (Re)Existência e Mulheres que Escrevem: Vivências em Versos.

O terceiro e último título, com o nome Mulheres que Escrevem: Emoções em Poesia, está previsto para ser lançado ainda este mês. A coordenadora do projeto, professora Joelma Fernandes de Oliveira, explicou que as obras foram divididas em grupos de sentidos.

“O Essência e (Re)Existência é composto por 34 textos, que descrevem lutas e formas de resistir, na condição de mulher, neste mundo majoritariamente patriarcal; o Vivências em Versos também possui 34 textos, mas, relata de forma poética, as experiências de vida, de amizades, de infância e de tudo que as constituíram ao longo da vida; e o Emoções em Poesia apresenta 43 textos, cheios de emoção, que retratam experiências de afetos, saudades, dores, lutos e recomeços, cada um expressando essências e subjetividades específicas de cada mulher que escreveu”, disse.

Todos os textos publicados foram escolhidos por meio do 1º Seletivo de Poesias, realizado em agosto deste ano. Com apenas cinco dias para a inscrição on-line, mais de 100 mulheres se inscreveram. Elas são de estados como Maranhão, Santa Catarina, Amazonas, Bahia, Goiás, São Paulo, Pará, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Roraima.

De acordo com Joelma, a existência do projeto se justificou pelos resultados de pesquisas como a do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, ligado à Universidade de Brasília (UnB), a qual constatou que mais de 70% dos livros publicados por grandes editoras brasileiras, entre 1965 e 2014, foram escritos por homens. Além disso, foi realizada uma pesquisa com 35 mulheres, entre professoras e estudantes, do Campus Boa Vista do IFRR, na qual 97,1% das entrevistadas apontaram que gostariam que existissem mais espaços de interação social para que mulheres apresentem e conheçam obras produzidas pelo público feminino.

A bolsista Natália da Silva Conceição relatou que foi gratificante e honroso poder participar de um projeto tão necessário diante do quadro em que homens publicam mais do que mulheres.

 “Foi um processo de muito aprendizado, estudo e desenvolvimento pessoal. Apenas satisfação em poder contribuir para que mulheres pudessem divulgar seus escritos e abrandar as desigualdades de gênero existentes no campo literário. Sou grata à professora Joelma pela oportunidade, e ao IFRR e ao Pipad pelo fomento”, contou.

Tamires Machado Gonçalves, professora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e organizadora dos livros junto com Joelma e Natália, pontuou a relevância da parceria interinstitucional e do fomento ao projeto. “Foi uma alegria participar do “Mulheres que Escrevem”! Agradeço imensamente à parceria interinstitucional e aos órgãos de fomento que possibilitaram a concretização desse projeto, no qual a instituição de ensino e pessoas da comunidade se encontram. Escrever é expressar-se, é soltar o que trazemos na alma, é compartilhar vivências, é transbordar história. Que todos possam se sentir motivadas à escrita com essa iniciativa”, falou.

O PROJETO – O “Mulheres que Escrevem” é um projeto aprovado e fomentado pelo Programa de Incentivo à Pesquisa Aplicada Docente (Pipad), que visa estimular e apoiar pesquisas científicas e/ou tecnológicas a fim de gerar produção científica, produtos e/ou processos inovadores. Executado no Campus Boa Vista, ele finaliza com a entrega de três obras à sociedade, que, juntas, reúnem 111 textos produzidos por mulheres de Roraima e de outros estados do País.

O pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação em exercício do IFRR, professor Amarildo Ferreira Júnior, reafirmou a contribuição de iniciativas como essa para o cumprimento da finalidade dos institutos federais voltada à realização e estímulo da pesquisa aplicada e da produção cultural orientadas ao desenvolvimento de espírito crítico.

“No IFRR, o Pipad é um dos programas institucionais que visa contribuir para a concretização dessa diretriz ao fomentar pesquisas socialmente orientadas. Termos o projeto “Mulheres que Escrevem", realizado no âmbito desse programa, é uma importante evidência dessa contribuição, pois associou a prática científica com a produção cultural para destacar o imperativo de lutarmos contra as assimetrias de gênero em nossa sociedade. Nesse sentido, a professora Joelma e as demais participantes do projeto merecem o reconhecimento pelos importantes resultados que estão nos apresentando, os quais articulam postura crítica e ação criativa diante de uma questão que, infelizmente, ainda é estruturante das relações sociais no mundo contemporâneo”, disse.

 

FONTE/CRÉDITOS: IFRR/Comunicação Social Reitoria
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