Com linguagem adaptada para crianças e adolescentes, a Procuradoria Especial da Mulher (PEM), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), iniciou nesta quarta-feira (5) no Colégio Estadual Militarizado Prof. Severino Gonçalves Cavalcante, no bairro Silvio Botelho, zona Oeste, a programação permanente de prevenção e combate à violência doméstica.
O encontro começou com a dinâmica da caneta. Em dupla, os estudantes foram desafiados a pegar uma caneta cada um pelas extremidades, sem deixar cair. O desafio aumentou ao incluir mais um colega. A proposta foi assegurar que estas pessoas teriam forças para “segurar as pontas” quando alguém precisar.
A palestrante convidada, Nanníbia Cabral, criou o clima de interação e acolhimento para abordar os principais pontos da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006). Ela explicou sobre violência física, psicológica, moral, patrimonial e sexual, os ciclos da violência que vão desde a agressão à chamada “lua de mel”, e os canais de denúncia.
“Falar sobre isso no ambiente escolar é extremamente importante porque estamos no contexto da prevenção. É preciso trabalhar esses adolescentes para que eles possam entender o que é isso e como podem ajudar outras pessoas. E as meninas precisam saber como sair desse ciclo”, ressaltou Nanníbia Cabral.
Alice Daiane, de 13 anos, esteve atenta a cada explicação dada pelas profissionais do Chame (Centro Humanitário de Apoio à Mulher). Ela até se impressionou com um vídeo exibido pela palestrante que retrata a violência cada vez mais presente na vida de uma mulher com resultado trágico, a morte.
“Achei a palestra muito interessante, porque temos a chance de aprender mais sobre o assunto”, disse Alice. Esta não é a primeira vez que ela recebe informações, contudo a cada palestra a adolescente aprende mais sobre os tipos de violência. “Já fui a um curso na Casa da Mulher Brasileira e lá conheci mais sobre o funcionamento”.
O Colégio Severino Cavalcante está localizado em uma região considerada “endêmica” de violência doméstica. Segundo o gestor pedagógico, Maurício Silva, a instituição já recebeu casos envolvendo estudantes. “Não só doméstica, mas também sexual. Nós tomamos as providências cabíveis, encaminhamos aos órgãos responsáveis. Sempre damos o maior apoio possível”, explicou. Para ele, tratar desse tema é necessário para ampliar as discussões na comunidade escolar.
A diretora da Procuradoria Especial da Mulher, Glaucineide Gembro, ressaltou que a programação ocorrerá em outras instituições de ensino. “Estaremos semanalmente nas escolas estaduais. A nossa função é a prevenção e a escola é um local oportuno, onde as crianças e adolescentes crescem e aprendem a identificar a violência”, disse.
Panfletagem
Nas esquinas das avenidas Laura Pinheiro Maia e Nazaré Filgueiras, a equipe técnica da procuradoria distribuiu material informativo sobre os trabalhos do Chame e ZapChame.
A PEM funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na Avenida Santos Dumont, 1470, no bairro Aparecida, zona Leste de Boa Vista. O ZapChame atende 24h, sete dias por semana, incluindo feriados, pelo telefone (95) 98402-0502.
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