Nesta semana, foi anunciado um novo aumento no preço do gás de cozinha que afeta, principalmente, os estados da Região Norte. O reajuste chega a R$ 0,93 por quilo na botija e está relacionado à conclusão da venda, pela Petrobras, das ações da refinaria de Manaus para a empresa amazonense Ream Participações S.A, do grupo Atem.
Atingindo especialmente estados da Região Norte do País, o aumento pode ser ainda maior em 2023, já que o contrato da venda prevê um ajuste final no preço de aquisição, que será apurado nos próximos meses, de acordo com a Petrobras.
Apesar do valor do botijão não ser tabelado e o consumidor não ter como interferir no preço final, Mileide Sobral, diretora do Procon Assembleia, órgão de defesa do consumidor da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), aconselha pesquisar os preços com antecedência nos postos de revenda e por localidade.
“É importante pesquisar, pois o valor pode variar de acordo com o local em que está sendo adquirido. Na hora de pagar, é preciso também ficar atento à melhor forma de pagamento”, orientou.
Além disso, ela reforça que a instituição está apta a verificar eventuais abusos denunciados pelo consumidor. “O aumento só é considerado abusivo se os preços são praticados sem justa causa. Mas a gente entende que mesmo quando um órgão regulamentador avisa do aumento, isso continua a ter impacto no orçamento. Por isso, estamos à disposição para receber queixas e verificar”, afirmou.
Repercussão
Em Boa Vista, algumas revendedoras já alteraram os preços, podendo chegar a R$ 135 a botija de 13 quilos. Na semana passada, o valor médio do gás de cozinha praticado em Roraima era de R$ 121,03, o quinto mais caro do Brasil, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
A notícia do reajuste pegou de surpresa Altermar Rios, gerente de uma revendedora em Boa Vista. Nesta semana, o preço da botija de 13 quilos na revenda saltou de R$ 123 para R$ 133. “Fazia muito tempo que a gente não tinha um reajuste como esse, tanto para o vendedor como para o consumidor final”.
Um movimentado restaurante no Centro de Boa Vista atende cerca de 250 pessoas por dia e gasta em média 450 quilos de gás por mês. Ainda assim, o dono do estabelecimento, Diogo Menezes, garante que por enquanto o cliente não arcará com o novo encargo.
“O valor que destinamos ao gás impacta diretamente no restaurante. Sem ele, não temos como funcionar. Mas é muito difícil a gente passar um só aumento para o cliente, pois quando fazemos isso, levamos vários fatores em consideração. Então, temos que esperar um tempo, porque hoje nossa luta diária é manter a casa cheia”, disse.
Menezes é realista e já se prepara para o impacto no orçamento durante os festejos tradicionais de fim de ano que prometem aquecer o mercado consumidor. “Temos muitas encomendas de pernil, de porco à pururuca, várias carnes vão ao forno, então o consumo de gás nesta época sempre é alto”, concluiu.
O consumidor pode acompanhar os preços do gás praticados por municípios ou estados no site do Sistema de Levantamento de Preços, da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP): https://preco.anp.gov.br/.
O Procon Assembleia presta atendimento gratuito de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na sede da Superintendência de Programas Especiais, localizada na Avenida Ataíde Teive, 3510, bairro Buritis, e remoto pelo WhatsApp (98401-9465) e no endereço (al.rr.leg.br/procon).
Comentários: