A Pró-Saúde, uma das maiores entidades filantrópicas de gestão hospitalar do país, realizou nesta quinta-feira (28), o 1º Encontro da Pastoral da Saúde, reunindo em ambiente digital equipes assistenciais, voluntários religiosos e multiplicadores presentes em unidades de saúde de diferentes regiões do Brasil.
A Pastoral da Saúde é uma ação evangelizadora dos cristãos católicos, com o objetivo de promover, defender e cuidar da vida. A ação ecumênica é desenvolvida voluntariamente nas unidades próprias e gerenciadas da Pró-Saúde, através do Programa de Voluntariado.
O evento, organizado pelo setor de Filantropia da entidade, teve como principal objetivo “demonstrar, através de experiências, que a pastoral da Saúde contempla a participação de todos os colaboradores, como cultura de respeito e acolhimento da espiritualidade e fé”, explica René Padovani, coordenador da área na entidade.
Em sua fala de abertura, o coordenador da Pastoral da Saúde, Dom Antonio Carlos Altieri, destacou que “somos compostos por diversos aspectos, como o psicológico, físico, espiritual. No entanto, não somos uma repartição, dimensões separadas, há algo que nos unifica e, no trabalho da Pastoral da Saúde, é essencial entender e tratar a pessoa nessa integralidade”. Dom Altieri lembrou ainda que pequenos gestos, como um sorriso, podem ter um efeito positivo no outro.
Com o tema “A espiritualidade no cuidado: reflexões e vivências”, os palestrantes convidados compartilharam suas experiências no ambiente hospitalar. Belkis Panace, psicóloga Clínica, abordou a questão da espiritualidade nas equipes de cuidados paliativos, enquanto Roberta Holanda, enfermeira do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, tratou do tema na rotina hospitalar.
Diretamente do extremo Norte do país, Márcia Guzman, médica pediatra do Hospital Bom Pastor, unidade da Pró-Saúde localizada na remota Guajará-Mirim, em Rondônia, na fronteira com a Bolívia, destacou a importância da atuação da pastoral nos hospitais, principalmente para os pacientes em estado terminal.
Márcia traz uma visão única e muito peculiar, já que a região onde atua, em meio à floresta amazônica, possui diversos territórios indígenas. A profissional desenvolve inclusive, atividades em campo, indo diretamente nas aldeias para atendimento de saúde. A unidade, referência na região, possui diversas adaptações para atendimento desse público, como a instalação de redes nas enfermarias, horário livre para visita e ambiente com uma oca indígena.
“Temos sempre que respeitar o paciente, suas crenças e culturas, por isso temos tantas adaptações aqui no Bom Pastor. É nítida a diferença quando associamos a parte humana e espiritual à ciência. Um sorriso, um acolhimento, já podem impactar no tratamento do paciente”, compartilhou Márcia.
A Pastoral da Saúde da Pró-Saúde desenvolve atividades junto aos doentes e seus familiares, integrando a dimensão espiritual nas demais dimensões de cuidado e humanização das pessoas. Mesmo durante a pandemia, os voluntários religiosos foram os únicos que puderam participar presencialmente nos hospitais, seguindo diretrizes assistenciais elaboradas em conjunto com a diretoria médica da entidade.
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