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Prisões, uso de cal para ocultar cheiro dos corpos e esforços de identificação são destacados pela cúpula de segurança pública

“Vamos cruzar dados dos desaparecidos venezuelanos que possuímos com os possíveis corpos resgatados e as possíveis identificações".

Prisões, uso de cal para ocultar cheiro dos corpos e esforços de identificação são destacados pela cúpula de segurança pública
Foto: Ascom PCRR
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Na manhã desta terça-feira, 21 de janeiro, a cúpula do Sistema de Segurança Pública de Roraima se reuniu em coletiva para detalhar as investigações sobre os cinco corpos encontrados no dia anterior, 20 de janeiro, na Rua Três Marias, entre os bairros Pricumã e Cinturão Verde, em Boa Vista. O caso, que chocou a população, envolveu o trabalho integrado de várias forças policiais para esclarecer os crimes e identificar as vítimas.

Durante a coletiva, o Secretário de Segurança Pública, Ellan Wagner, enfatizou a integração das equipes no processo investigativo. Segundo ele, a operação conta com esforços conjuntos da Polícia Civil, Polícia Militar e outros órgãos estratégicos, todos empenhados em esclarecer as circunstâncias do crime. "Estamos adotando medidas urgentes e intensificando as operações para responsabilizar os envolvidos e oferecer respostas rápidas à sociedade", destacou Wagner.

A Delegada-Geral da Polícia Civil, Darlinda de Moura Viana, também compartilhou detalhes das diligências realizadas. Ela enfatizou a gravidade da situação e a complexidade da investigação, especialmente no que diz respeito à identificação das vítimas, cujos corpos foram encontrados em diferentes estágios de decomposição. "Estamos utilizando recursos especializados, como cães farejadores e georadar, para mapear o terreno e localizar possíveis evidências adicionais", explicou a delegada. Além disso, ela ressaltou que a identificação dos corpos será feita por meio de impressão digital ou arcada dentária, e pediu que os familiares de pessoas desaparecidas se dirijam ao Instituto de Medicina Legal (IML).

Um ponto importante levantado pela Delegada foi o uso de cal para tentar ocultar o cheiro dos corpos, o que pode indicar que os homicídios ocorreram há algum tempo. "A utilização de cal foi um indicativo de que os corpos estavam ali há dias, e nossa investigação busca confirmar se os homicídios ocorreram no local ou se os corpos foram transferidos para a área", destacou Darlinda.

"Os corpos, de três mulheres e dois homens, foram encontrados em diferentes estágios de decomposição. Um dos corpos femininos já estava em esqueletização, e um dos homens apresentava partes íntimas amputadas. As investigações indicam que todos os corpos podem ter sido mortos com facadas, e a polícia busca confirmar essa hipótese por meio de perícias. A identificação será feita através de impressões digitais ou arcada dentária. Já encontramos indícios importantes, como o uso de cal para ocultar o cheiro dos corpos, e a possibilidade de que os homicídios tenham ocorrido há algum tempo. Continuamos a escavação e análise dos corpos, e estamos utilizando todos os recursos para dar respostas rápidas às famílias", explicou Darlinda.

Ainda segundo Darlinda Viana, uma das etapas no momento é a identificação dos corpos, trabalho que será realizado pelas equipes do Instituto de Identificação Odílio Cruz e Instituto de Medicina Legal.

“Nossas equipes vão ter que fazer uso de técnicas periciais para poder fazer a identificação através das luvas papiloscópicas, a impressão digital deles e aqueles que não tiver, através da arcada dentária. Então precisamos que os possíveis familiares dessas vítimas se desloquem ao IML, com o maior número de informações e fotos possíveis. Vamos continuar com a escavação do local que permanece sobre a responsabilidade da Delegacia Geral de Homicídios bem como todas as outras diligências posteriores. É uma investigação determinada exclusivamente ao Departamento de Homicídios e Proteção Pessoa direcionada especificamente a Delegacia de Homicídios”, ressaltou.

Ainda segundo a Delegada-Geral a investigação prevê o cruzamento de dados de pessoas desaparecidas em Roraima, especialmente de venezuelanos, com as identidades dos corpos encontrados. Ela ressaltou a importância da participação das famílias para ajudar na identificação. “Vamos cruzar dados dos desaparecidos venezuelanos que possuímos com os possíveis corpos resgatados e as possíveis identificações. Nossa meta é fazermos esse trabalho o mais rápido possível para darmos um alento às famílias dos desaparecidos”, apontou.

Darlinda Viana destacou o comprometimento tanto da Polícia Militar que auxiliou desde o momento dessa ocorrência; da Polícia Penal que está auxiliando com o uso de cães policiais.

“Estamos usando cães tanto da Polícia Penal, quanto da Polícia Militar para fazermos esse trabalho, que é um trabalho tanto difícil quanto longo. Não vai ser em um dia ou dois dias e a gente solicita que a imprensa e os curiosos se afastem o máximo do local porque isso já prejudicou imensamente a cena do crime. Estamos tentando resgatar alguns vestígios que já foram inclusive violados, então aquela área é extremamente sensível para a Polícia Civil então a gente pede a sensibilidade de todos nesse momento de não se aproximar da área”, orientou.

Outro ponto abordado pela Delegada-geral  é quanto o apoio da CAERR com o equipamento georadar, utilizado para mapear o solo.

“Esse aparelho vai ser utilizado para podermos localizar outras possíveis covas no local. Não temos como afirmar se, ali, foi o local da execução, uma vez que o local foi comprometido e a perícia não pode fazer essa afirmação. Vamos ter que trabalhar com os corpos, para verificar se ali foi executado e foi enterrado ou se foi executado em outro local e encaminhado para lá para depois só fazer a ocultação. Também utilizamos detector de metal em toda a área para verificar o possível encontro de cápsulas deflagradas de munição. Até o momento não conseguimos encontrar nenhuma cápsula deflagrada mas isso não quer dizer que não tenha no local, porque a área é extensa. Vamos continuar buscando através dos equipamentos que temos disponíveis”, disse.

O Comandante da Polícia Militar, coronel Miramilton Goiano, também se manifestou sobre a atuação das forças de segurança. Ele elogiou a resposta rápida da PM ao atender a denúncia inicial e localizar os primeiros corpos. "A equipe foi ágil em acionar a Delegacia de Homicídios, e todas as forças de segurança trabalharam em conjunto para apurar a autoria e circunstâncias do crime", disse o comandante.

O delegado Luís Fernando, que preside as investigações, destacou o papel das diligências iniciais da Polícia Militar, que foram cruciais para a descoberta das covas e para a prisão em flagrante de dois venezuelanos, W.J.H.L., de 29 anos, e J.G.C.C., de 27 anos. Ambos foram autuados pelos crimes de ocultação de cadáver e associação criminosa, e tiveram suas prisões convertidas em preventiva. "As diligências estão em andamento e a equipe da DGH permanece no local, na expectativa de encontrar mais corpos", afirmou Luís Fernando.

A Delegada Miriam Di Manso, responsável pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), apontou que há indícios de envolvimento de facções criminosas nos assassinatos, o que levou a uma colaboração ainda mais intensa entre unidades especializadas como a DRACO (Delegacia de Repressão às Organizações Criminosas), o NIPD (Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas), e a DGH.

As investigações continuam, com o objetivo de identificar plenamente as vítimas e responsabilizar os envolvidos pelos crimes. A participação das famílias, especialmente para o reconhecimento dos desaparecidos, é fundamental para o avanço do caso. A Polícia Civil e os demais órgãos envolvidos mantêm um trabalho constante para esclarecer os detalhes e fornecer respostas às vítimas e à população.

FONTE/CRÉDITOS: Com informações PCRR
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