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Pouca informação e dificuldade com novas tecnologias aumentam golpes aplicados em programas sociais

Programas do governo federal como o Desenrola Brasil tem despertado atenção de criminosos

Pouca informação e dificuldade com novas tecnologias aumentam golpes aplicados em programas sociais
Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O avanço da tecnologia e a facilidade de fazer transações pela internet por meio de aparelhos celulares trouxe mais comodidade aos usuários. Mas os benefícios vieram acompanhados de alguns riscos. Criminosos se aproveitam da oportunidade para aplicar fraudes, uma delas envolve até os programas sociais. 

O advogado criminalista Bruno Feldens diz que auxílios têm sido utilizados como iscas para a prática de golpes, com o objetivo de tentar “roubar” dados pessoais para obter pagamentos de endividados. “Normalmente, essas pessoas que vão se beneficiar desses programas são pessoas que estão necessitadas, elas precisam muito disso. Precisam muito dessa assistência e do que o programa oferece. Então, é uma pessoa que está mais suscetível a sofrer um golpe”, avalia.  

O Desenrola Brasil, por exemplo, programa do governo federal para renegociação de dívidas, já tem chamado a atenção de aproveitadores. O advogado especialista em direito empresarial Lucca Mendes diz que consumidores inadimplentes com interesse em renegociar as suas dívidas e terem os nomes regularizados são os principais alvos. “Lamentavelmente, paralelo ao lançamento do Desenrola, estamos vendo a ocorrência de tentativas de fraudes. Pessoas, de forma organizada, se passam pelas instituições financeiras na tentativa de receber dos cidadãos, indevidamente, determinada conta financeira”, alerta.

O número de registros do crime de estelionato foi de 1.819.409 casos em 2022, o que significa um crescimento de 326,3% em quatro anos nessa modalidade, de acordo com a 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em relação a 2021, a elevação foi de 38%, o que indica uma média de 208 golpes a cada hora no Brasil.

Autoridades recomendam que a população redobre o cuidado para não cair em golpes quando forem renegociar dívidas com os bancos. A orientação oficial é falar diretamente com o banco onde está a dívida, utilizando exclusivamente os canais oficiais das instituições financeiras ou buscando atendimento diretamente nas agências. Mendes também ressalva que esses tipos de golpes ocorrem de diferentes formas. “Seja através de sites falsos, envios de mensagens e, muitas vezes, usando as cores do governo federal na tentativa de ludibriar os cidadãos. A recomendação é que todos utilizem os canais oficiais na tratativa com os bancos, lembrando que não abram qualquer tipo de link que recebam por aplicativos de mensagens”, aconselha.

No entendimento de Bruno Feldens, o vazamento de dados já é visto há muito tempo, mas tem ganhado proporções significativas com as movimentações feitas através dos pagamentos de benefícios sociais. “Os criminosos têm aproveitado o volume expressivo de transações para tentar roubar dados.” E acrescenta: “Muitas dessas pessoas têm um grau de instrução menor, são mais humildes, as informações que elas recebem não são amplas. Elas não têm muito acesso a informação, então ficam mais suscetíveis a esse tipo de golpe, porque a pessoa não sabe lidar com tecnologia. Ela recebe alguma mensagem, clica no link e, por desconhecimento mesmo, acaba sendo vítima de um golpe porque ela precisa, mas não tem muita intimidade com a tecnologia”, ressalta.

Quem for vítima de tentativa de golpe deve comunicar o episódio com o registro de ocorrências policiais, contato com os Procons, Banco Central e central telefônica do banco com o qual o devedor tem a dívida. Se receber alguma mensagem suspeita ou de terceiros, procure sempre o seu banco antes de tomar qualquer atitude. 

Na segunda etapa do programa Desenrola Brasil, que terá início em setembro, a negociação será realizada pelo site gov.br, sem nenhum outro intermediário, mediante acesso com os níveis de contas prata ou ouro. É importante que as pessoas providenciem desde já o cadastro no gov.br. Orientações adicionais podem ser consultadas em gov.br/conta.



 

FONTE/CRÉDITOS: Fonte: Brasil 61
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