Nesta quarta-feira (07), a Prelazia da Diocese de Roraima sediou um encontro entre coordenadores da Pastoral Indígena e líderes indígenas. O principal objetivo da reunião foi discutir a tese do Marco Temporal, um tema que voltou à pauta na última segunda-feira (05), quando o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou negociações para buscar uma conciliação sobre o assunto.
O Coordenador da Pastoral Indigenista, Irmão Simão, forneceu mais detalhes sobre o encontro, ressaltando a urgência e a importância das discussões para as comunidades indígenas.
''Neste dia estamos reunidos como Pastoral Indigenista da Diocese de Roraima, para discutir, debater e refletir sobre o tema do Marco Temporal. E como Pastoral Indigenista estamos comprometidos há décadas com a vida e a defesa dos povos indígenas'', destacou Simão.
Paralelamente, em Brasília, uma comissão especial realizará sua primeira reunião com a missão de buscar um acordo. Este colegiado foi criado por determinação do Ministro Gilmar Mendes, relator de ações contra a lei de 2023 que instituiu o Marco Temporal.
Adizon Memandro, Vice-coordenador geral da Terra Indígena de São Marcos e membro da etnia Macuxi, detalhou os principais objetivos da reunião, destacando a necessidade de união e estratégia para enfrentar os desafios impostos pela tese do Marco Temporal.
''Hoje estamos aqui tentando entender melhor o que aconteceu nas reuniões em Brasília, nesses dois dias de negociações. Vamos levar essas informações para base para repassar para nossas lideranças para ver de que forma vamos nos fortalecer contra esses projetos de lei que afetam o direito dos povos indígenas'', disse Adizon Memandro.
Adriana da Silva, indígena e parte da coordenação do Núcleo da Juventude da Região de São Marcos, enfatizou a importância da mobilização dos indígenas em todo o Brasil para garantir seus direitos e a demarcação de suas terras.
''O Marco temporal destrói nossa terra, polui nosso ar. Estamos buscando parceria com outras organizações consiga nos fortalecer nesses movimentos. Estamos lutando como nossos ancestrais já lutaram e conseguiram muitas coisas e vamos lutar até conseguir mais essa conquista'', afirmou Adriana da Silva.
A tese do Marco Temporal estabelece que os indígenas só podem reivindicar a demarcação de terras que estavam sob sua posse no momento da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. Essa interpretação tem gerado intensos debates e mobilizações, sendo um ponto crucial na luta pelos direitos dos povos originários.
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