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Palestra do CHAME ensina mulheres indígenas a saírem do ciclo de violência doméstica e familiar

Uma das indígenas que assistia à palestra já foi vítima de violência doméstica e hoje ajuda outras mulheres a romperem ciclo de violência

Palestra do CHAME ensina mulheres indígenas a saírem do ciclo de violência doméstica e familiar
Fotos: Eduardo Andrade
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O Centro Humanitário de Apoio à Mulher (CHAME), da Procuradoria Especial da Mulher (PEM), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), realizou na manhã desta terça-feira (29) mais uma palestra informativa que visa à prevenção e combate à violência doméstica no Estado.

O alvo das informações foram mulheres indígenas que estão internadas, e seus acompanhantes, na Casa de Saúde Indígena (Casai) do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Leste Roraima, localizado na BR-174. A direção da instituição está realizando o Agosto Lilás e solicitou a participação do CHAME e de outras instituições que fazem parte da rede de proteção.

Além da palestra feita pela equipe multidisciplinar, foram distribuídos panfletos com informações sobre o funcionamento e os canais de atendimento. Jassia Cleide Souza, chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena (Diasi) do DSEI/Leste, explicou que a Casa de Saúde recebe um fluxo grande de mulheres e que os núcleos de saúde entenderam pertinente promover esse evento.

“Achamos oportuno fazer esse momento com elas com parceiros como o CHAME. Não é rotineiro, mas quando acontecem os casos em área, esses pacientes são referenciados para a Casai e os núcleos de psicologia e serviço social fazem esse acolhimento no primeiro atendimento e daqui são encaminhados para a maternidade, para a realização de exames quando necessários, e também para a rede de proteção”, explicou Jassia.

A psicanalista do CHAME, Janaína Nunes, disse que a palestra na Casai é importante porque “infelizmente, a população indígena ainda não tem conhecimento dos nossos serviços, são poucas as que nos procuram”.

“A partir da palestra, esse público passa a reconhecer seus direitos e as informações sobre a rede de proteção. A gente trabalha com a psiquiatra de socioeducação para enfrentar a violência. Se mesmo assim essa mulher não conseguir sair do ciclo de violência, nós a ajudamos através dos serviços oferecidos pelo CHAME”, afirmou Janaína.

Leila Napoleão, que estava assistindo à palestra, contou que vivenciou um ciclo violência por muito tempo. “Acho esse assunto muito interessante porque já passei por esse tipo violência na minha vida particular, me sentia sem apoio de ninguém. Sofri bastante, tanto a violência física quanto a moral, emocional e psicológica, mas eu me livrei. Dei um basta, um ponto final”.

Hoje, Leila é multiplicadora de informações relacionadas à violência doméstica e familiar. “Eu sempre converso com mulheres que passam por esse tipo de situação. Elas me procuram para mais informação e eu passo porque participo dessas palestras e o conhecimento salva. Tenho certeza de que tenho ajudado, sim, muitas mulheres a saírem deste ciclo de violência”, afirmou.

 

Acolhimento e orientação

A Procuradoria Especial da Mulher funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, nos seguintes endereços: Avenida Santos Dumont, 1470, bairro Aparecida, em Boa Vista, e na Rua Senador Hélio Campos, sem número, BR-174, no município de Rorainópolis. O atendimento também é feito pelo ZapChame (95 - 98402-0502), durante 24 horas, inclusive aos domingos e feriados.

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