A Secretaria de Saúde (Sesau), oferece a terapia com uso da toxina botulínica para aperfeiçoar as funções motoras de pacientes com problemas neurológicos. No último mês, 70 pacientes com espasticidade receberam a aplicação da toxina no Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual (CER II), em atendimentos que ocorrem nas terças-feiras.
A espasticidade é uma sequela de condições neurológicas, como a paralisia cerebral, acidente vascular encefálico (AVC), traumatismo craniano e raquimedular lesão da medula espinhal.
O método começou a ser utilizado pela unidade em 2015. Antes da criação do serviço em Roraima, a única maneira de ter acesso ao tratamento era buscá-lo em outro estado via Tratamento Fora do Domicilio (TFD).
De acordo com o médico especialista em reabilitação, Rodrigo Vasconcelos Dias, desde que foi implantado, o tratamento por toxina botulínica tem se mostrado bem-sucedido na evolução no quadro dos pacientes. Ele explica ainda que o uso da toxina ajuda a promover o relaxamento da musculatura do paciente, inibindo o padrão inapropriado de rigidez, resultando não só na melhora de suas funções motoras, mas também facilitando o ganho funcional de independência. Em outros casos, promove o controle da dor facilitando assim a administração de cuidados com o paciente.
“É uma medicação que primeiramente necessita de uma avaliação funcional do paciente. Além da sequela, decidimos qual a região, musculatura e movimento terá o ganho maior de benefício para o paciente. E quando não tem ganho de função, aplicamos para o controle de dores e prevenção de deformidades”, afirma.
Mãe do pequeno Luis Otávio, de seis anos, a técnica em enfermagem Vanessa Sayuri de Sousa sabe muito bem da importância de ter o serviço de forma acessível no Estado. Ela conta que tem notado uma melhora na qualidade de vida do filho desde que ele iniciou o tratamento na unidade. Ao longo dos quatro anos de tratamento, Luis Otávio evoluiu consideravelmente a rigidez do seu padrão neurológico que desenvolveu da paralisia cerebral. Através do tratamento e terapias, ele consegue andar de mãos dadas com a mãe, e caminhar pequenas distâncias se apoiando em objetos.
“Com a aplicação, ele começou a abrir a mãozinha, a pisar no chão e a se movimentar sozinho melhor com o andador. A toxina ajuda bastante a criança que tem esse problema neurológico para não atrofiar os ossos. Tem mãezinhas que ainda não sabem disso, mas é muito bom”, diz a técnica.
SERVIÇOS DO CER II
As atividades do CER II funcionam no prédio do Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência em Boa Vista. A unidade atende todos os casos neurológicos do estado, como síndrome de Down, espectro autista, microcefalia, AVC e traumatismo craniano.
A equipe é composta por assistentes sociais, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeuta, fisiatra, pediatra, psicólogos e profissionais de enfermagem.
O Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência em Boa Vista está localizado na Avenida São Sebastião, 1195, bairro Santa Tereza. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h e das 13h às 18h30.
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