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Lei aprovada pela Assembleia Legislativa de Roraima incentiva voluntariado e garante benefícios ao cidadão

Neste 5 de dezembro, é comemorado o Dia Estadual do Voluntário, data que visa fomentar iniciativas de solidariedade e amor ao próximo

Lei aprovada pela Assembleia Legislativa de Roraima incentiva voluntariado e garante benefícios ao cidadão
Alfredo Maia/ Eduardo Andrade/ Jader Souza
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Maria Ferraz é coordenadora estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e dedica amor e tempo à Cozinha Solidária, um projeto que surgiu em 2020, durante a pandemia de covid-19, com previsão de duração de um mês. Passados três anos, o que começou atendendo dez famílias se tornou, para muitas pessoas em situação de vulnerabilidade, o único prato de comida do dia. São quase 400 refeições diárias servidas para quem mais precisa.

“Naquele ano [2020], arrecadamos cestas básicas para atender pessoas que fazem parte da nossa militância. Mas chegou um momento em que a pessoa que estava doente não podia levantar para cozinhar. Então, nós, um grupo de mulheres, resolvemos preparar as refeições com o que a gente ganhava e levar para essas famílias, para que elas pudessem comer. De lá para cá, continuamos com o projeto. É a única cozinha solidária de Roraima”, destaca Maria Ferraz.

Ela e as mulheres que fazem parte da iniciativa dependem de doações para produzir o almoço que é servido. Além disso, o projeto tem um lado sustentável: cada pessoa beneficiada leva uma vasilha para receber a refeição, que não é servida em marmitex, para evitar a poluição do meio ambiente. Contudo, Maria ressalta que as dificuldades são muitas para desenvolver o trabalho voluntário. Segundo ela, há dias que não tem gás e é preciso cozinhar no fogareiro.

“O voluntariado é feito por quem gosta de ajudar o próximo. A Cozinha Solidária é um espaço de amor, para saciar quem tem fome, porque a fome dói e tem pressa. Muitas pessoas que fazem voluntariado já passaram fome, já dormiram na rua, já passaram necessidade. Para mim é gratificante, pois só faço porque tenho também uma equipe grande por trás, porque sozinha não tem como. Eu digo: ‘Vamos fazer?’, e não medem esforços e fazem”, diz ela, ao pedir apoio à causa.

Aqueles que desejam conhecer a iniciativa, podem visitar o projeto, localizado na Rua Dr. Luiz Brito, 709, bairro Jardim Equatorial. Quem desejar doar, basta entrar em contato pelo telefone (95) 99176-1707.

Solidariedade e amor ao próximo

É justamente esse o objetivo da Lei Estadual 1.492/2021: incentivar o trabalho voluntário, garantindo benefícios para aquelas pessoas que o praticam. O Dia Estadual do Voluntário é celebrado em 5 de dezembro. De autoria do presidente do Poder Legislativo, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), o texto prevê meia-entrada em salas de cinema, cineclubes, teatros, eventos educativos, esportivos, de lazer e de entretenimento, desde que a pessoa faça parte do Cadastro Estadual de Voluntários (CEV).

Sampaio afirma que o trabalho voluntário é um princípio deixado por Jesus Cristo, que em sua trajetória ajudou aqueles que mais precisavam e abraçou causas importantes do meio social. O presidente disse que valorizar aqueles que atuam nesta área importante é também um chamamento público para que mais pessoas façam parte da causa. 

“Essa prática do voluntariado faz bem não apenas àqueles que são beneficiados pelas ações, mas também para quem pratica o ato, faz bem para a alma, para o coração, para o corpo. Isso precisa ser fomentado em Roraima. Então, nossa ideia foi valorizar e reconhecer essas pessoas e organizações que dispõem de seu tempo para ajudar o próximo e para promover essa discussão na sociedade roraimense”, declarou Sampaio. 

O psicólogo Wagner Costa explica que há um senso comum de que pessoas que ajudam outras demoram para envelhecer e são mais felizes. Segundo ele, essa observação empírica foi comprovada por estudos da neurociência, que revelaram que o trabalho voluntário e o envolvimento com outras pessoas produzem um efeito de bem-estar no ser humano e evitam mortes precoces. Além disso, o profissional enfatiza que as empresas estão priorizando a contratação de quem já atuou ou atua no voluntariado.

“Aqueles que ajudam outras pessoas, não morrem cedo, vivem mais. É comprovado cientificamente através da observação. A psicologia positiva nos incentiva a termos envolvimento com algo maior que nós. O que isso significa? Significa você se envolver com atividades que ajudem outras pessoas, que salvem o rio, protejam a natureza, os animais. Hoje, as empresas sabem que contratar uma pessoa que se envolve em trabalho voluntário é vantajoso, porque ela tem mais bem-estar, é dinâmica, viva, e o ambiente laboral precisa disso”, complementou.

Amor pelos animais

Foi por causa do amor pelos animais que Sabrina Seiberlick se tornou voluntária. Certo dia, ela precisou da ajuda da ONG Yawara, uma associação de proteção aos animais. À época, a organização não governamental a questionou se era possível se voluntariar ao projeto para auxiliar na alta demanda, e ela aceitou. Prestes a completar dois anos de voluntariado, Sabrina está como diretora-geral da entidade e fala do sentimento pelos bichos.

“É gratificante, porque a gente não recebe nada para estar aqui, mas conseguimos enxergar no olhar do animal a gratidão. Quando te reconhecem como uma pessoa que ajuda, eles mudam o comportamento. Muitos chegam acuados, mas com nosso carinho e cuidado diário, eles retribuem esse carinho da forma deles”, externou a diretora, ao afirmar que a ONG opera exclusivamente com as doações que recebe.

CONHEÇA A ONG

Atualmente, dez animais são atendidos pela organização em Boa Vista, que já chegou a cuidar de 18 cachorros. A ONG trabalha com o resgate dos cães a partir do chamado da população. Devido à pequena instalação que possuem, eles também buscam sensibilizar as pessoas para que cuidem dos animais em situação de rua. Sabrina explicou que eles não recebem outras espécies de animais por falta de estrutura.

“Hoje, priorizamos animais que estão em situação grave, que, se não tiverem a assistência imediata, podem morrer na rua. Eles passam pelo veterinário, alguns são internados e outros são levados para o abrigo. As pessoas podem doar ração e dinheiro, porque temos que custear compra de medicamentos, consultas e internações em clínicas veterinárias, onde temos dívidas altas. Mas também podem ajudar com trabalho voluntário na organização, pois precisamos de pessoas para passear com os cães, para ajudar nas atividades diárias”, concluiu.

Quem deseja saber mais sobre a atuação da ONG, ajudar ou se voluntariar à causa animal, pode entrar em contato pelo telefone (95) 9171-5500.

FONTE/CRÉDITOS: Josué Ferreira
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