Em Santarém, jornalistas e comunicadores de diversas emissoras associadas à Rede Notícia da Amazônia estão reunidos para uma formação sobre cobertura socioambiental, que começou nessa terça-feira (29) e se estenderá até sexta-feira, 1º de novembro. O objetivo do treinamento é aprofundar o conhecimento sobre questões socioambientais que afetam diretamente a região amazônica, capacitando os profissionais para fortalecer a cobertura de pautas essenciais à Amazônia e seus povos.
Iniciado no ano passado, o projeto busca ampliar o entendimento sobre os desafios e a importância da comunicação socioambiental na região. Segundo Joelma Viana, gestora da Rede Notícias da Amazônia, o trabalho desenvolvido visa aprimorar a comunicação local e preparar os profissionais para eventos de grande porte, como a COP30, que ocorrerá no Brasil.
"Estamos em uma formação que começa agora em Santarém e seguirá até o próximo ano, com etapas online. Em nossa análise, identificamos que o estado de Roraima, por exemplo, ainda precisa de maior presença de temas ambientais em suas reportagens. Nosso objetivo é amplificar essas vozes e garantir que as questões da Amazônia ganhem a atenção que merecem," afirmou Viana.
A formação conta com a participação de Lucineide Pinheiro, professora da Universidade Federal do Pará, que destacou a importância de trazer a perspectiva amazônica para o próprio território e incentivar uma comunicação feita por vozes locais. Para a professora, compreender a Amazônia em sua totalidade é essencial para respeitar seus povos e biodiversidade, principalmente em um momento de intensificação de ameaças.
"A Amazônia precisa ser compreendida em sua totalidade, respeitando seus povos e biodiversidade. Hoje, enfrentamos uma nova colonização com a expansão da fronteira agrícola, o garimpo e a contaminação dos rios. Precisamos formar jovens lideranças para que defendam o território e façam essa pauta ser ouvida", ressaltou.
O professor universitário e pesquisador Ricardo Alvarenga também participa do encontro, abordando o papel transformador da comunicação e a responsabilidade dos jornalistas e comunicadores na conscientização da sociedade sobre as demandas amazônicas. Para ele, é urgente que a comunicação e a educação atuem em conjunto na construção de uma Amazônia sustentável.
“Os desafios enfrentados pelos comunicadores são muitos. Da violência em terras indígenas à exploração mineral, as pressões sobre o território amazônico aumentam. A formação em Santarém visa não apenas informar, mas capacitar os profissionais para um papel ativo na defesa da Amazônia e no fortalecimento de uma comunicação responsável e transformadora, capaz de construir uma Amazônia viva e sustentável "disse.
Essa formação é um passo importante na defesa do território e na ampliação da consciência socioambiental, reforçando o papel dos comunicadores locais como protagonistas na preservação e valorização da Amazônia.
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