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Indígenas mantêm mobilização contra o marco temporal em Roraima e pedem presença de senador

As manifestações no último dia 29 e continuam a ganhar adesão,

Indígenas mantêm mobilização contra o marco temporal em Roraima e pedem presença de senador
Fotos: Ascom/ CIR.
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 Roraima completa hoje 15 dias de mobilizações indígenas contra o marco temporal, com protestos que reúnem cerca de dois mil indígenas ao longo da BR-174, sentido Pacaraima, e na comunidade Jacarezinho, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, na Normandia. As manifestações no último dia 29 e continuam a ganhar adesão, com a participação de idosos, jovens, crianças e estudantes de diversas etnias, em um ato pacífico contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48 e a Lei 14.701/23.

O Conselho Indígena de Roraima (CIR) aponta que o movimento reivindica a presença do senador Hiran Gonçalves, autor da PEC, para dialogar com as lideranças. “Saímos de casa com dados, mas não temos dia para voltar”, afirmou uma liderança. Desde a primeira semana, o senador foi convidado formalmente a comparecer, mas não atendeu à demanda, gerando insatisfação entre os manifestantes.

As mobilizações estão marcadas pela presença da cultura indígena, com apresentações de cantos, danças, orações e rituais sagrados, como o parixara e o tukui. Além disso, estão expostos produtos orgânicos produzidos nas comunidades, incluindo banana, abóbora, batata e carne bovina. Esses alimentos cultivados sem uso de agrotóxicos são a base da alimentação saudável das comunidades, demonstrando a autossuficiência e o compromisso dos povos indígenas com a preservação ambiental.

Bananas produzidas nas comunidades indígenas sem uso de agrotôxicos. Fotos: Ascom/ CIR.

O ato também se transformou em um espaço educativo e cultural. Jovens e estudantes das escolas indígenas participam, aprendendo na prática sobre direitos, cidadania e diversidade cultural, ao lado de professores e líderes comunitários. As atividades refletem os valores da educação indígena, que reforçam a autonomia e a organização social dessas comunidades, conforme amparado pela Constituição de 1988.

Durante a manifestação, as faixas destacam o repúdio contra a violação dos direitos originários. Na última semana, o procurador Alisson Marugal, do Ministério Público Federal (MPF/RR), esteve presente no ato e recebeu a “Carta Final do Movimento Indígena de Roraima”, que solicita o arquivamento da PEC 48 e a suspensão da Lei 14.701. O documento foi enviado a diversas autoridades, incluindo o presidente da República e ministros do STF. No texto, as lideranças reforçam que a luta pelos direitos coletivos e pela dignidade é permanente.

Essa mobilização já é considerada histórica na terra indígena São Marcos e na Raposa Serra do Sol, onde as comunidades unidas defendem seus direitos e territórios. Entre as faixas, cânticos e produtos expostos, o movimento indígena de Roraima demonstra uma força de resistência, em um chamado por justiça e respeito às tradições e culturas originárias.

 

 

 

FONTE/CRÉDITOS: Com informações do Conselho Indigena de Roraima
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