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Igreja no Brasil lança identidade visual rumo à COP 30 e reforça compromisso com ecologia integral e justiça climática

O lançamento fez parte da programação do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizado de 18 a 20 de março, em Br

Igreja no Brasil lança identidade visual rumo à COP 30 e reforça compromisso com ecologia integral e justiça climática
Fotos: Giany Costa | ASCOM CNBB
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Em um momento decisivo para a ação climática global, a Igreja Católica no Brasil deu mais um passo importante na sua mobilização rumo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). Durante a programação do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no dia 19 de março foi lançada a identidade visual da iniciativa “Igreja Rumo à COP 30: Articulação por Ecologia Integral e Justiça Climática”, consolidando seu compromisso com a conversão ecológica e a justiça socioambiental.
 
“A Igreja deve estar comprometida com a defesa da vida, especialmente diante da crise socioambiental expressa no aquecimento global e suas consequências para toda a criação. As mudanças climáticas afetam diretamente a humanidade, os animais, as plantas e os recursos naturais, ameaçando a vida no planeta”, afirma dom Vicente de Paula Ferreira, secretário-geral da Comissão Especial para a Ecologia Integral e Mineração da CNBB. “Essa crise tem raízes humanas, resultantes de um sistema econômico que prioriza o lucro e a acumulação em detrimento do bem comum. Como alerta o Papa Francisco, essa economia mata e gera graves impactos sobre os mais pobres e sobre a Terra, que é um organismo vivo”, acrescenta.
 
A Igreja, fiel à sua vocação, deve reafirmar seu compromisso com a ecologia integral, um tema central de sua doutrina.  Para Dom Vicente, esse compromisso inclui o diálogo, a denúncia e a incidência política, especialmente em eventos como a COP30, para garantir que a transição ecológica não seja apenas um ajuste econômico, mas uma mudança real de estilo de vida baseada na sobriedade e no respeito à criação.
 
“Embora não possa substituir as lideranças políticas, a Igreja tem o dever profético de defender os povos, os biomas e os recursos naturais. Proteger a floresta e a água é essencial para a harmonia do planeta e a sobrevivência da humanidade “, conclui.
 
 
A identidade visual da Igreja Rumo à COP30 expressa, por meio de cores e símbolos, o compromisso com a ecologia integral e a justiça climática. No centro, a cruz representa a fé que une céu e terra, guiando a missão cristã de cuidar da Casa Comum. O amarelo remete à luz e à conversão, o azul simboliza a água como fonte de vida, o verde expressa a criação e a urgência da conservação da biodiversidade, enquanto o marrom representa a terra e o clamor dos pobres. Inspirada pelo Evangelho e pelo chamado do Papa Francisco, a Igreja se coloca em marcha para fortalecer as vozes das comunidades e impulsionar ações concretas na COP30 e além.
 
“Imaginei um caminho para a identidade que conectasse o compromisso da Igreja com a justiça climática, na ideia de que somos um com ela e estamos agindo em comunhão com toda a Criação”, conta Michelle Monteiro, designer da Casa Galileia responsável pelo desenvolvimento da identidade visual. De acordo com ela, é uma marca que quer implicar o compromisso das comunidades na busca por soluções justas e audaciosas. “A paleta de cores e os ícones que formam as texturas, são propositalmente bem coloridos e alegres como somos aqui no Brasil. Os debates sobre mudanças do clima cada vez mais estão tensos, e precisamos renovar nosso compromisso a partir da alegria do povo, das comunidades e da esperança. É essa alegria que inspira ações presentes e futuras, porque queremos justiça climática para que a vida seja plena para todas as pessoas em seus territórios. Que a unificação dos elementos seja um convite a todos e todas para se conectarem com a mensagem dessa marca que construímos”, concluiu.
 
A COP 30, que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025, representa uma oportunidade histórica para que a Igreja amplie as vozes das comunidades mais vulnerabilizadas e influencie as decisões globais sobre a crise socioambiental. Inspirada na Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, a articulação busca fortalecer a presença da Igreja no debate ambiental e impulsionar a mobilização em defesa da Casa Comum.
 
 


A iniciativa, convocada pela Presidência da CNBB, reúne um amplo conjunto de instituições católicas comprometidas com a agenda socioambiental, entre elas a Comissão Especial para Ecologia Integral e Mineração, a Comissão para a Ação Sociotransformadora, a Comissão Especial para a Amazônia, a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), o Movimento Laudato Si’ e a Cáritas Brasileira. Ao todo, mais de 100 organizações estão engajadas nessa caminhada profética e transformadora.
 
A identidade visual lançada no evento reforça a necessidade de enfrentar os desafios ambientais com unidade e coerência, promovendo uma narrativa alinhada aos princípios da ecologia integral. Durante o anúncio, um vídeo explicativo detalhou os elementos gráficos e conceituais da identidade visual, que simbolizam o compromisso da Igreja com a proteção dos biomas, dos povos originários e tradicionais, e com o combate às falsas soluções climáticas.
 


Presença profética e mobilização local
 
O compromisso da Igreja com a ecologia integral nos convoca a superar divisões e agir em prol do bem comum, pois a crise ambiental e social exige respostas concretas e urgentes. Dom Jaime Spengler, presidente da CNBB, enfatizou a importância da Igreja ter uma participação ativa e incisiva na COP 30, destacando a necessidade de construir uma narrativa sólida, baseada nos apelos papais e na urgência climática. 
 
Para fortalecer esse processo, a Igreja está promovendo uma série de Pré-COPs em diferentes macrorregiões do país. Esses encontros formativos têm como objetivo capacitar lideranças eclesiais, fomentar a mobilização popular e aprofundar a reflexão sobre os impactos da crise climática nos territórios. A expectativa é que essa mobilização contribua para uma presença forte da Igreja na COP 30 e impulsione mudanças estruturais no modelo de desenvolvimento econômico e social.
 
Com esse lançamento, a Igreja no Brasil reafirma seu papel na defesa da Casa Comum, reforçando sua presença nos espaços de incidência política e social, e chamando toda a sociedade para uma ação concreta em prol da justiça climática e da sustentabilidade planetária.
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