A Diocese de Roraima, em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Regional Norte 1, deu um importante passo para fortalecer a segurança e o cuidado com crianças, adolescentes e adultos vulneráveis. Durante esta semana, Boa Vista recebeu a Irmã Rose Bertoldo, secretária executiva da CNBB Norte 1 e membra da Rede Um Grito pela Vida, que conduziu uma formação voltada para lideranças locais.
O evento integra uma iniciativa mais ampla da Igreja Católica, alinhada às determinações do Papa Francisco, expressas na Carta Apostólica Vos Estis Lux Mundi. Este documento, atualizado em 2023, estabelece protocolos rigorosos para prevenir, identificar e combater abusos sexuais no contexto eclesial, promovendo uma cultura do cuidado.
O Protocolo de Proteção no Regional Norte 1
A rede de dioceses e prelazias que compõem o Regional Norte 1 inclui oito dioceses no Amazonas e a Diocese de Roraima. Essas unidades eclesiais estão adotando o Manual para a Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis, que define diretrizes claras para todos os níveis de atuação pastoral. O manual enfatiza o acompanhamento contínuo e o treinamento de clérigos, lideranças comunitárias e agentes de pastoral, buscando prevenir qualquer forma de abuso e exploração.
A Comissão Arquidiocesana Metropolitana, vinculada ao Tribunal Eclesiástico de Manaus, é responsável por implementar as ações. Além disso, uma rede de proteção interinstitucional está sendo fortalecida para garantir suporte jurídico, psicológico e pastoral às vítimas de abuso.
Prevenção e Formação: Um Compromisso Permanente
A formação conduzida pela Irmã Rose abordou temas como identificação de sinais de abuso, protocolos de resposta e as especificidades de atendimento às vítimas, incluindo crianças e adolescentes migrantes, um grupo particularmente vulnerável na região de fronteira.
“A ideia é que todas as nossas igrejas sejam espaços seguros e que nenhum tipo de violência passe despercebido ou seja acobertado,” explicou a religiosa. A formação busca capacitar padres, religiosos, catequistas e líderes leigos para que reconheçam situações de risco e atuem de forma preventiva.
O Papel do Papa Francisco
Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco tem enfatizado a necessidade de enfrentar abertamente os abusos dentro da Igreja, rompendo com a cultura de silêncio do passado. Ele defende que os culpados enfrentem as consequências civis e canônicas de seus atos. A Igreja Católica, especialmente nas regiões mais vulneráveis, como a Amazônia, está engajada em promover uma mudança cultural profunda, baseada na transparência e no cuidado com os mais fracos.
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