Durante três dias, representantes do Departamento Jurídico e da Secretaria Geral do Movimento de Mulheres do Conselho Indígena de Roraima (CIR) realizaram visitas às comunidades na Terra Indígena RSS, com o objetivo de ouvir as demandas locais e compartilhar informações cruciais que sobreviveram a vida das comunidades indígenas. No dia 11 de agosto, ocorreu a primeira atividade no Centro Regional Barro, na região de Surumu. Durante essa reunião, foram introduzidas apresentações relevantes como a política do Malocão e a Política Partidária. O assessor jurídico do CIR, Junior Nicacio, e a secretária do Movimento de Mulheres do Conselho Indígena de Roraima, Kelliane Wapichana, participaram ativamente do Seminário realizado na comunidade Táxi.
O Seminário, segundo relato de Daniel Sampaio, foi decidido pela assembleia dos Tuxauas com o propósito de fortalecer a organização social e política das comunidades. Daniel Sampaio enfatizou que essa iniciativa proporciona uma oportunidade valiosa para compreender o funcionamento das eleições brasileiras e o sistema eleitoral do país.
Durante o evento, o assessor jurídico Junior Nicacio explicou detalhadamente o funcionamento das eleições no Brasil, a organização do Estado e a importância da participação política ativa por parte dos indígenas. Kelliane Wapichana, por sua vez, realçou o papel crucial dos povos indígenas nas eleições e destacou a responsabilidade de eleger representantes indígenas para cargos no Senado, Câmara Federal, Estadual, Prefeituras e Câmaras Municipais.
Outra atividade significativa foi a participação na assembleia extraordinária das lideranças da região Baixo Cotingo, onde foi discutido o estabelecimento de um sistema jurídico interno para a resolução de conflitos. A assembleia teve lugar no dia 12 de agosto, na comunidade Perdiz, região Baixo Cotingo. Durante esse encontro, as lideranças se dedicaram a discutir métodos para resolver conflitos internos, orientando a autonomia das comunidades. O assessor jurídico destacou que a legislação da comunidade pode ser aplicada no território, respaldada em bases legais como a Constituição Federal de 1988 e a Convenção 169 da OIT, que trata do protocolo de consulta às comunidades indígenas.
Kelliane Wapichana também desempenhou um papel relevante ao enfatizar a contribuição das mulheres na consolidação da organização na região Baixo Cotingo. No dia 14 de agosto, tanto Kelliane Wapichana quanto Junior Nicacio participaram de uma oficina comunitária sobre direitos e autoestima da mulher indígena, organizada por Nelia Lima, coordenadora regional do Baixo Cotingo. O evento ocorreu na comunidade Jawarizinho.
Nesse contexto, o assessor jurídico abordou a Lei Maria da Penha, que fornece proteção às mulheres em situações de diferentes formas de violência, e também discutiu os recursos disponíveis para denunciar tais violências. Foram explicadas as diversas categorias de violência doméstica e familiar contra as mulheres, englobando aspectos físicos, patrimoniais, psicológicos, morais e sexuais.
Kelliane Wapichana destacou a importância crucial das mulheres indígenas na preservação do território e na exclusão de que a luta contra a violência direcionada às mulheres é uma tarefa que envolve a todos. Ela sublinhou a necessidade de denunciar todo tipo de violência.
A coordenadora Nélia Lima Batista, do povo Macuxi, explicou que o trabalho desenvolvido na região visa empoderar e dar voz às mulheres indígenas.
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