No palco do Teatro Municipal de Boa Vista, a magia e o legado do Trio Roraimeira – composto por Eliakin Rufino, Neuber Uchoa e Zeca Preto – serão celebrados em grande estilo, marcando as quatro décadas do movimento cultural mais significativo do Estado. O espetáculo será no dia 8 de setembro, integrando a programação oficial do Festival Mormaço Cultural 2024.

O espetáculo será na sala que leva o nome do movimento e promete emocionar o público ao revisitar a trajetória do trio que moldou a identidade cultural da região. Zeca Preto, autor da música que deu nome ao movimento, relembra emocionado como tudo começou.

"A gente começou com um show no Teatro Amazonas e viemos fazendo som com muita força de vontade. Resistimos e estamos aqui hoje, completando 40 anos de Roraimeira. Levamos o nome de Roraima para Suíça, Alemanha e outros países. Foi uma estrada muito grande”, disse o músico.

Falando sobre a sala Roraimeira do Teatro Municipal, o trio também relembra como foi a noite de inauguração do espaço. “Isso é o máximo. Estivemos lá, na inauguração do teatro e agora, voltar para uma noite tão especial, é ‘massa’. Ainda mais no Mormaço, sendo a cereja do ‘bolo de macaxeira’ que todo músico de Roraima quer estar. Vamos fazer o público viajar com a gente por toda nossa história”, ressalta Neuber.

O trio destacou ainda que o show será uma espécie de “passagem de bastão”, pois contará com a participação dos filhos, que também são músicos, além de outros artistas convidados que em suas obras já têm Roraima como centro de inspiração. Para o poeta Eliakin Rufino, mesmo passado 40 anos, o Roraimeira sempre será base para novas representações com novos artistas.  

“Eles criam traduções, novas representações, novas interpretações de Roraima. Então, eu penso que vale pelo que fizemos e vale pelo que representa para os futuros artistas e para as futuras gerações”, disse Eliakin.

O show

Zeca, Eliakin e Neuber prepararam um espetáculo de música, dança e poesia, rico em originalidade, personalidade e identidade tipicamente “roraimeira”. Grandes clássicos, novas canções e poemas da tríade, fazem parte do repertório desta noite, além das participações de seus filhos, Miro Garcia, Odara Rufino e Tauã Uchôa, respectivamente, e de convidados especiais, como Kell Silva, Euterpe, Halisson Crystian e Leka Denz, frutos desse trabalho tecido durante todo esse tempo.

Para o presidente da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura (FETEC), Dyego Monnzaho, será uma honra tanto para o Mormaço quanto para a prefeitura contar com o Roraimeira nesse encontro de 40 anos incluso na programação do evento. Isso porque celebra muito o trabalho que o município vem fazendo pela cultura da terra, desenvolvendo, qualificando, fortalecendo e difundindo os artistas.

“Eliakin, Neuber e Zeca são artistas de grande relevância para o cenário nacional. O Roraimeira é interpretado como um movimento que se equipara à Tropicália, então é muito importante valorizar esse encontro desses três artistas, celebrar essa permanência, essa resistência artística e, sobretudo, fortalecer essa linguagem e estética criada pelos três”, ressaltou.

O movimento – Unindo músicos, escritores, poetas e artistas visuais do Norte do país, o Movimento Cultural Roraimeira teve sua expressão mais marcante na música, destacando-se entre 1984 e 2000. Trata-se de um hino ao regionalismo, com um repertório que ressalta o potencial artístico e as belezas naturais de Roraima, eternizando a cultura local em cada nota e verso.