O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enviou uma equipe composta por cinco veterinários especializados em reabilitação de animais silvestres para prestar assistência aos botos do Lago Tefé, no estado do Amazonas. A equipe do Centro de Triagem do Ibama chegou hoje (5) à região e está colaborando com outros órgãos que já estão atuando em resposta a uma emergência ambiental que afeta a população de botos e tucuxis.
Até a última contagem, realizada no dia 4 de outubro, foram registradas mais de 140 mortes de botos e tucuxis no Lago Tefé. Para lidar com essa situação crítica, foi estabelecido um comando de incidentes em Tefé, sob a coordenação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Diversas organizações, incluindo o Instituto Mamirauá e o Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia (IPAAM), estão colaborando nas operações de resgate e análise das causas do incidente.
As principais ações em curso envolvem o monitoramento dos animais vivos, a coleta e a necropsia das carcaças, bem como a realização de amostras para análise das possíveis causas da mortalidade e fatores ambientais relacionados. Protocolos sanitários estão sendo seguidos para a destinação das carcaças.
De acordo com informações do ICMBio, alguns animais apresentam ferimentos causados por lâminas de barcos a motor, uma vez que o lago não oferece profundidade suficiente para que eles possam escapar das hélices das embarcações. Em meio a essa crise, o ICMBio continua reforçando as ações para proteger as espécies afetadas.
Além disso, está sendo realizado um monitoramento diário da temperatura da água no lago. Em alguns pontos, a temperatura da água ultrapassa os 39º graus Celsius. Esse calor excessivo pode reduzir o nível de oxigênio dissolvido na água e aumentar a taxa respiratória dos peixes, impactando seu metabolismo e resultando em mortes por asfixia.
O ICMBio também informou que a Capitania dos Portos de Tefé está colaborando com as operações, realizando fiscalizações e auxiliando na desobstrução do lago. Isso visa facilitar a passagem dos animais em busca de áreas mais profundas, evitando o agravamento da crise.
Além da situação no Lago Tefé, o ICMBio está acompanhando outro incidente em Alto Juruá, onde ocorre uma grande mortalidade de peixes. As autoridades ambientais continuam trabalhando incansavelmente para entender as causas desses eventos e proteger a biodiversidade da região amazônica.
Reportagem: Libia López
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