Durante o evento realizado nesta quarta-feira (12), para os novos missionários e missionárias, a Doutora Ana Célia fez uma palestra que conduziu por uma viagem histórica sobre a Igreja em Roraima, destacando sua primeira presença em 1719, com os jesuítas na Bacia do Rio Branco. A história da Diocese de Roraima, que abrange mais de 225 mil km² e conta com uma população de mais de 650 mil habitantes, sendo 60 mil indígenas, reflete a força transformadora e evangelizadora da Igreja ao longo dos séculos. A Igreja continua desempenhando um papel central na vida social, cultural e religiosa da região, estabelecendo laços profundos com as comunidades locais e ajudando a preservar as tradições, ao mesmo tempo em que promove a integração das diversas culturas.
Na ocasião, também tivemos a honra de contar com a presença de Dom Evaristo Splenger, Bispo de Roraima, que compartilhou sua visão sobre o futuro da Diocese e reforçou a missão de evangelização e transformação social em Roraima. Dom Evaristo destacou a importância de continuar o trabalho com os novos missionários e missionárias, que chegam com o compromisso de construir um mundo mais justo e fraterno.
“A missão de evangelizar vai muito além da disseminação da palavra; é um trabalho de acolhimento, cuidado com os mais necessitados, de justiça e, acima de tudo, de respeito às culturas locais”, afirmou Dom Evaristo. Ele ressaltou ainda que, com as particularidades e os desafios enfrentados pela Diocese de Roraima, a chegada de novos missionários é fundamental para dar continuidade a esse trabalho transformador.
Irmã Franciscana de Cristo Rei, Patrícia, missionária presente no evento, abordou a divisão das atividades missionárias no estado, destacando a distribuição dos esforços da Igreja entre diferentes grupos e regiões de Roraima, com especial atenção à população indígena e migrante. Ela sublinhou a complexidade dessa missão, que vai além da evangelização, englobando também ações de apoio social, saúde, educação e defesa dos direitos humanos.
"Neste primeiro momento, a equipe foi dividida, e fomos acolhidos de forma calorosa pelo Bispo Dom Evaristo. Vivemos um momento de muita alegria, com espiritualidade e mística, lembrando que o foco da missão é Jesus Cristo", comentou Irmã Patrícia.
Ela também compartilhou suas expectativas quanto à sua missão em Roraima, afirmando que, apesar dos desafios, sente grande alegria em estar à frente de projetos que buscam integrar as comunidades. “A expectativa é conhecer essa nova realidade, à qual cheguei há um mês. Vou trabalhar no sul do estado, em São João da Baliza. Quero caminhar junto à Diocese durante esse Jubileu da Alegria”, disse.
A Igreja de Roraima tem se dedicado, sobretudo, à evangelização respeitando as culturas indígenas, além de manter um trabalho contínuo com os migrantes, especialmente em Boa Vista, porta de entrada para refugiados, com destaque para os venezuelanos. Em 2025, a missão segue se adaptando à crescente diversidade cultural do estado, buscando sempre formas solidárias, respeitosas e acolhedoras de integrar essas novas populações.
O trabalho missionário no estado não se limita à evangelização religiosa, mas também se reflete em ações de assistência social, educação e promoção da dignidade humana. Programas de saúde, alfabetização e apoio psicológico são essenciais para muitas comunidades, que enfrentam grandes desafios devido à falta de infraestrutura e ao isolamento geográfico. A presença da Igreja nessas áreas não só fortalece os laços de fé, mas também promove a transformação social que a região tanto necessita.
Além disso, as ações junto aos povos Yanomami, que, por muitos anos, resistiram à presença missionária, têm sido gradualmente mais respeitosas e eficazes, com o desenvolvimento de projetos de saúde, educação e capacitação de líderes locais. Missionários e missionárias estão comprometidos em respeitar a autonomia das comunidades, colaborando para que possam viver com dignidade, sem abrir mão de suas tradições e crenças.
O trabalho missionário da Diocese de Roraima, em 2025, continua a ser uma jornada de fé, solidariedade e respeito cultural, com o objetivo de promover uma evangelização inclusiva e de transformação social. Com a chegada de novos missionários, a Diocese renova seu compromisso de ser uma presença ativa e viva em todas as realidades do estado, enfrentando desafios e celebrando vitórias ao lado das comunidades que mais necessitam de apoio.
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