Na 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada em São Paulo, Dom Evaristo Pascoal Spengler, bispo da Diocese de Roraima e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) Brasil, proferiu um discurso sob o tema "A Amazônia nos Questiona". REPAM integra os nove estados brasileiros da Amazônia legal, e também a Conferência Episcopal para a Amazônia (CEAMA), parte dos nove países da Pan -Amazônia. As palavras de Dom Evaristo ecoaram como um chamado urgente para a conscientização e ação em prol da região amazônica e seus habitantes.
Dom Evaristo começou sua fala destacando a importância vital da Amazônia para o equilíbrio ambiental do planeta, enfatizando que sem ela, todos os biomas estarão irremediavelmente comprometidos. Ele alertou para os desafios enfrentados pelos povos amazônicos e pela natureza exuberante e sensível da região, marcada por violações históricas e estruturais de direitos humanos e ambientais.
O discurso abordou uma série de questões críticas, incluindo a pressão ilegal do garimpo, da mineração e do agronegócio sobre os territórios indígenas, o avanço do narcotráfico nas aldeias e territórios amazônicos, a expansão agrícola descontrolada e os impactos devastadores do desmatamento e da contaminação por agrotóxicos e mercúrio.
''São serias as consequências dessa longa estiagem de seca na Amazônia, especialmente no ano passado e para a Roraima também, no início desse ano até março. Isso gerou muitas calamidades, mortandade de peixes, perda de produção agrícola, prejuízo da pesca artesanal e da produção de mandioca e de outros alimentos.'' Destacou Dom Evaristo.
No discurso ele resaltou a necessidade de ação urgente e colaborativa para enfrentar esses desafios, destacando as fortalezas e resistências dos povos da Amazônia, como a luta pela defesa dos territórios indígenas, a autosustentação das comunidades, o trabalho de reflorestação e agroecologia, entre outros. ''É preocupante a situaçãodos indígenas Yanomamis, como estão sofrendo com o ataque dos garimpeiros. Muita doença, muita fome, muita desnutrição. Como a Amazônia está sendo tomada cada vez mais pelo agrotóxico e pelo mercúrio, nós temos, é claro, muitas possibilidades e potencialidades à nossa vista.''
O bispo de Roraima concluiu seu discurso convocando a Igreja a se unir aos povos da Amazônia em suas lutas e esperanças, destacando a importância da sinodalidade e do anúncio missionário para promover uma "civilização do amor" e construir um mundo de paz e justiça.
O discurso de Dom Evaristo na Assembleia da CNBB ressoou como um apelo à consciência coletiva e à solidariedade global em defesa da Amazônia e de seus habitantes. Suas palavras ecoam como um chamado à ação para todos aqueles que se preocupam com o futuro do planeta e das gerações futuras.
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