A Diocese de Roraima celebrou, nesta segunda-feira (15), a Missa dos Santos Óleos, um momento de grande significado para a Igreja Católica, que marca a preparação para a Páscoa e a renovação das promessas sacerdotais. O bispo diocesano, dom Evaristo Spengler, definiu o dia como "um momento de alegria e festa", destacando a importância especial desta edição, que coincide com os 300 anos de evangelização na região e o Ano Jubilar convocado pelo Papa Francisco, com o tema "Peregrinos da Esperança".
A cerimônia contou com a presença de mais de 20 novos missionários, apresentados oficialmente durante a celebração. Em sua homilia, dom Evaristo refletiu sobre o sentido espiritual dos óleos sagrados — o Óleo dos Catecúmenos, o Óleo dos Enfermos e o Santo Crisma —, enfatizando que "Deus unge os seus para servir e transformar a realidade".
Citando passagens bíblicas como Isaías 61, Salmo 88 e Lucas 4, o bispo reforçou que a unção recebida no Batismo, Crisma e Ordenação não é para prestígio pessoal, mas para missão:
"Somos chamados a ser profetas que denunciam injustiças, sacerdotes que santificam o mundo no amor e pastores que governam com humildade. Não somos funcionários do sagrado, mas ‘outros Cristos’ no mundo, especialmente a serviço dos mais pobres."
O significado dos óleos: consagração, cura e missão
Dom Evaristo explicou o sentido de cada óleo, relacionando-os às diferentes dimensões da vida cristã:
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Óleo da Consagração (Santo Crisma): Usado no Batismo, Crisma e Ordenação, simboliza a entrega total a Deus e ao serviço da Igreja.
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Óleo da Cura (Óleo dos Enfermos): Chamado de "bálsamo das feridas da humanidade", é um convite a cuidar dos doentes, combater desigualdades e proteger a Casa Comum.
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Óleo da Missão: Representa a fidelidade ao Evangelho, exigindo uma fé ativa, não apenas herdada, mas vivida em obras concretas.
Um chamado a todos os ministérios
O bispo dirigiu palavras específicas a diferentes grupos dentro da Igreja:
Aos presbíteros, pediu que "não deixem secar o óleo do primeiro amor", indo às periferias sociais e existenciais. Aos religiosos e religiosas, lembrou que são "o bom perfume de Deus", chamados a servir com ternura, especialmente aos mais vulneráveis. Aos leigos, encorajou a santificar o mundo a partir de suas realidades cotidianas, sendo "sal da terra e luz do mundo". Aos idosos e enfermos, agradeceu por seu "óleo precioso de paciência e fé", que contrasta com a cultura do descarte.
A celebração terminou com uma oração à Virgem Maria, invocada como "Arca da Aliança", para que todos sejam "vasos transbordantes de graça".
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