“O carisma Franciscano sempre tem que ser maior que o frade”. Com essa frase, Frei Luís Fernando, resume o sentimento de humildade para cumprir a missão escolhida. Ele é do Rio Grande do Sul (RS), e está há mais de 3 anos em Roraima.
A história da presença Franciscana em Roraima tem 29 anos, começou em meados de 1993. Nesses anos contou com a contribuição de muitos frades, que por aqui passaram, e também de pessoas leigas que fazem parte da diaconia missionária, que pertence a diocese de Roraima.
“Cada frade contribuiu em alguma área como catequese, dizimo, formação de liderança, e em vários momentos. É a continuidade de um trabalho que iniciou há muito tempo, nos anos 90, com os primeiros frades que aqui chegaram, freis muito conhecidos pela comunidade”, destacou Frei Luís.
Há alguns anos a Igreja fazia uma profunda reflexão para que voltasse seus olhos para a Amazônia e pudesse ter uma atuação mais intensa junto aos povos desta região. Algumas dioceses estimularam, entre o clero, o desafio missionário. Também as congregações religiosas foram respondendo aos desafios e enviando missionários para atuar, especialmente nas periferias das cidades que cresciam rapidamente.
Neste contexto também os frades franciscanos da Conferência dos Frades Menores do Brasil assumiram o compromisso de manter uma fraternidade missionária em Roraima. A Província São Francisco tem mantido um ou mais frades desde 1992, quando a Missão foi aberta.
“Hoje nós temos leigos na pastoral do batismo, na catequese, na acolhida, nas reuniões com a diocese, lideranças, questões financeiras e administrativas, e quando nos damos conta essas pessoas já assumem outras funções como ministros da palavra, da eucaristia. Nesses anos muito leigos jovenzinhos já são frutos da presença dos Franciscanos”, frisou.
Para o Frei Luís é uma construção de anos da história, e a diaconia vai contribuir mais ainda. Ele fala sobre o sentimento durante a missão no extremo norte. “Claro que a gente humanamente sempre sente saudade, mas o carisma tem que ser mais forte. E o carisma com certeza está nessas terras do Norte do Brasil e com alegria retornamos aos nossos lares, vamos seguir o caminho vivendo o evangelho do Senhor Jesus Cristo, do jeito de São Francisco de Assis, sempre nessa alegria”.
Nessa despedida Frei Luís diz que o sentimento é de missão cumprida. “Alegria porque a gente retorna ao nosso estado de origem para encontrar a família, os amigos, e tristeza, porque a gente cria laços fortíssimos. Nesses três anos eu criei laços com a comunidade profundos, a gente criou uma relação de amizade. É um sentimento, pessoalmente, de missão cumprida”.
Ao longo destes anos a contribuição dos Franciscanos foi sempre em resposta às necessidades da Igreja local: na formação e acompanhamento de comunidades na periferia da Boa Vista, nas áreas indígenas, na Comissão Pastoral da Terra, na Fazenda da Esperança, na visitas aos enfermos em hospitais, na Cáritas Diocesana, no Curso de Teologia para Leigos, na administração diocesana, além de outras contribuições pontuais como na ajuda aos migrantes venezuelanos.
Frei Luís deixa um recado à comunidade roraimense:
“O carisma Franciscano deve habitar nos corações de cada pessoa que teve contato com os Freis no sentido de que eles ensinaram coisas bonitas sobre a igreja. A igreja deve continuar caminhando, a gente lembra com carinho os frades que já passaram aqui. O carisma Franciscano é a fonte de ajuda na igreja. A igreja é muito grande, ela traz a eucaristia, traz o sacramento, essa é a base da igreja. Com esta base a nossa profissão de fé é construir cada vez mais uma igreja bonita, acolhedora, misericordiosa, sinodal e com alegria”, finalizou.
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