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Comissão da CNBB Intensifica Ações Contra o Tráfico Humano e Apoio aos Migrantes em Roraima

Segundo dados da comissão, 53% das vítimas de tráfico humano nas fronteiras de Roraima são mulheres.

Comissão da CNBB Intensifica Ações Contra o Tráfico Humano e Apoio aos Migrantes em Roraima
Lucas Rosseti
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A Diocese de Roraima, conhecida por sua dedicação ao apoio aos migrantes e combate ao tráfico humano, intensificou suas atividades durante a visita da Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Entre 17 e 23 de junho, a comissão realiza uma série de atividades na região, incluindo visitas às fronteiras com a Guiana e a Venezuela, para avaliar e propor soluções para a crise humanitária local.

Prioridade aos Migrantes e Enfrentamento ao Tráfico

A Diocese de Roraima, com sede na Casa da Caridade Papa Francisco, se destacou pelo empenho das Pastorais Sociais em apoiar migrantes, apesar da escassez de recursos. O bispo local, Dom Evaristo Spengler, ressaltou que a riqueza da Igreja de Roraima está em sua solidariedade com indígenas e migrantes.

Em coletiva de imprensa, Dom Adilson Pedro Busin, bispo de Tubarão (SC) e presidente da Comissão Episcopal Especial para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, destacou a importância de conscientizar a sociedade sobre o tráfico humano, descrito pelo Papa Francisco como "uma chaga aberta que envergonha a humanidade". Criada em 2016, a comissão é um dos frutos da Campanha da Fraternidade de 2014 e atua sob a Comissão para a Ação Sociotransformadora da CNBB.

 

Desafios e Realidades Locais

Dom Evaristo Spengler comparou a situação em Roraima à da Ilha de Marajó, famosa pelo tráfico de pessoas e exploração sexual, e apontou que os problemas em Roraima são ainda mais graves devido ao controle frouxo das fronteiras. Ele destacou a falta de ação do poder público, mencionando a ausência de deputados em uma audiência pública sobre tráfico de pessoas em julho de 2023, e enfatizou a necessidade de uma maior responsabilidade estatal.

 

Márcia de Oliveira, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Roraima (UFRR), revelou que 53% das vítimas de tráfico humano nas fronteiras de Roraima são mulheres, muitas delas acompanhadas de crianças. O garimpo ilegal, vinculado ao narcotráfico, agrava a situação, com mulheres e crianças sendo exploradas sexualmente e homens submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão.

Ação e Cooperação

Durante a missão, Dom Adilson Busin enfatizou a necessidade de "pisar o chão, escutar as pessoas" para enfrentar o tráfico humano. A comissão busca diagnosticar profundamente a situação e colaborar com a sociedade civil e autoridades para cobrar ações concretas. O bispo local reforçou a importância de a comunidade escolher bem seus representantes políticos e se comprometer com a luta contra a "economia da morte" estabelecida pelo tráfico de pessoas e o garimpo ilegal.

A missão também destacou a importância da conscientização dentro da Igreja e na sociedade em geral. Dom Adilson Busin concluiu afirmando que a incidência política e eclesial é crucial para abordar esse grave problema social, conforme as diretrizes do Papa Francisco.

Caminhos para o Futuro

A Diocese de Roraima, em parceria com as Igrejas da fronteira, continua sua missão de apoiar migrantes e combater o tráfico humano. O relatório da comissão, que será elaborado com base nas observações da missão, visa fornecer recomendações ao poder público para uma atuação mais eficaz na prevenção e combate ao tráfico de pessoas.

Ao estreitar laços com a Diocese de Guiana e o Vicariato de Caroní, a Igreja de Roraima reafirma seu compromisso com a proteção dos vulneráveis e a construção de uma sociedade mais justa e humana.

 

FONTE/CRÉDITOS: Dennefer Costa
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