O Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), programa ligado à Procuradoria Especial da Mulher (PEM), da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), palestrou nesta quinta-feira (22) para nove turmas do 6º ao 9º ano do Colégio Estadual Militarizado Vitória Mota Cruz sobre os tipos de violência doméstica, legislação de amparo à vítima e onde denunciar os casos de agressão.
Esta é a 12ª instituição de ensino visitada pela equipe multidisciplinar do Chame desde o início do ano. De acordo com a diretora, Glauci Gembro, o resultado do trabalho que tem sido feito será a longo prazo. “Nós vamos ver daqui a um ou dois anos. A intenção é continuar com as palestras no segundo semestre e estender as informações também para o interior”, adiantou.
Ainda segundo a diretora, o número de atendimentos no programa tem aumentado, devido às atividades de prevenção com os alunos.
“Tem manhãs em que estamos com todas as salas ocupadas, com mulheres que denunciam, conversam com psicólogos e tiram dúvidas jurídicas. Esse trabalho, realmente, está atingindo seu objetivo”, avaliou.
Josimar Batista é advogado do Núcleo Reflexivo Reconstruir, outro projeto da PEM que busca orientar e sensibilizar agressores acerca do tema. Atualmente, a unidade atende 25 homens. Ele explica quais são as formas de participar do grupo.
“Há dois caminhos para eles chegarem até o núcleo: vindo do Judiciário, quando já cumpriram suas penas, ou de forma voluntária, o que é raro. Temos apenas um que se sentiu um possível agressor e procurou nossas orientações”, disse.
Nas abordagens escolares, o advogado conta que o diálogo é feito no sentido de preparar o jovem, dentro da relação familiar, para que ele não seja um futuro agressor. “A gente sentiu a necessidade de vir até as escolas e informar esse garoto ou garota, para prepará-los para conviver, familiarmente e em sociedade”, frisou.
A aluna Stella Medeiros, de 12 anos, conta que descobriu outros tipos de violência.
“Hoje, aprendi mais sobre a violência patrimonial e, também, sobre a moral, que eu não conhecia e nunca tinha ouvido falar. Achei o assunto interessante e que deve ser retratado, porque é uma forma de ajudar as pessoas, pois tem muita gente que passa por isso no mundo”, ressaltou.
Para o gestor do colégio, professor Ricardo Baruk, as ações de prevenção são importantes, principalmente pelo fato de a maioria dos alunos serem do sexo feminino. Segundo ele, recentemente houve um caso em que um aluno agrediu a mãe e a irmã.
“Nós temos um serviço psicossocial. Nossa orientadora educacional fica a par do caso, faz um relatório e envia à unidade competente. Além disso, a Secretaria de Educação [Seed] faz esse acompanhamento também. O aluno foi suspenso por cinco dias. Depois, ele retornou, mas ficou sob observação. Mesmo a agressão tendo sido fora do ambiente escolar, a gente acompanhou todo o procedimento”, concluiu.
Onde encontrar
Os dois programas da ALE-RR estão disponíveis à população na sede da Procuradoria Especial da Mulher, na Avenida Santos Dumont, 1470, Aparecida. Os atendimentos presenciais ocorrem de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, e pelo ZapChame no número (95) 98402-0502, 24 horas, inclusive nos fins de semana e feriados.
Em Rorainópolis, os atendimentos também são feitos de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h (sem intervalo para o almoço), na BR-174, próximo à rodoviária.
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