Mulheres vítimas de violência física, sexual, psicológica, entre outras, que não sabem onde pedir ajuda, podem contar com o acolhimento do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), programa ligado à Procuradoria Especial da Mulher. Os atendimentos são de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, na Avenida Santos Dumont, 1470, bairro Aparecida. Já o aplicativo virtual ZapChame, funciona 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.
Criada há 13 anos, a unidade, que dispõe de atendimento jurídico, psicológico e de orientação, foi criada para incentivar mulheres a romperem ciclos de violência doméstica, bem como a violação de outros direitos, com o apoio de uma equipe multidisciplinar que vai escutar a vítima, avaliar o caso e direcionar ao órgão competente que ela deve procurar.
De acordo com a advogada do órgão, Luma Aguiar, o Chame também promove ações de encorajamento às vítimas para que denunciem e busquem auxílio.
“A gente busca alcançar o máximo de pessoas possível, que entendam qual é a nossa função, pois, a mulher, às vezes, não tem coragem de denunciar, mas, um filho ou filha, uma nora, ou qualquer outra pessoa que veja uma situação, relata o fato e conseguimos fazer um flagrante”, explicou a advogada.
Ela reforçou ainda a utilização do aplicativo ZapChame, pelo número (95) 98402-0502, como ferramenta para vítimas que não podem ou têm vergonha do atendimento presencial.
“Muitas delas têm vergonha de conversar, expor seu nome e imagem e buscar ajuda. Acham isso vergonhoso e não como uma forma de ajudá-las. Então, para elas é mais confortável detalhar seus casos pela tela de um telefone. Na maioria das vezes, temos mais eficácia pelo app do que presencialmente”, contou Aguiar.
Neste fim de semana, casos de violência doméstica contra mulheres repercutiram no Estado devido à divulgação de vídeos e notícias nas redes sociais e jornais locais.
Durante a Sessão Ordinária desta terça-feira (29), a deputada Catarina Guerra (União) subiu à tribuna para repudiar a violência contra mulheres, em especial, o caso ocorrido na madrugada de sábado (27), quando um médico neurocirurgião agrediu fisicamente a esposa na frente dos filhos e de uma funcionária.
“O fato de uma mulher sofrer violência está ficando corriqueiro. Uma mulher ser calada, ameaçada, assediada e agredida, já ficou monótono no nosso dia a dia, mas a gente não pode se calar. Não podemos, jamais, deixar que isso vire rotina e que se torne normal”, declarou a parlamentar, ao solicitar aos colegas de Parlamento uma maior atuação para combater esse tipo de crime.
Para a presidente do Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (PDDHC), deputada Lenir Rodrigues (Cidadania), a violência doméstica e familiar está “intimamente ligada ao machismo estrutural” na sociedade que, segundo ela, deve ser enfrentado por todos.
“Se as pessoas, às vezes com ensino superior, não têm no seu psicológico, nos seus sentimentos, uma formação de amor ao próximo e respeito às mulheres, é muito difícil que possamos combater. O caminho é a prevenção”, ressaltou Rodrigues.
Ainda conforme a parlamentar, os programas sociais que visam ao fim da violência e a Lei Maria da Penha devem ser amplamente difundidos, principalmente, entre os homens.
“Se cada homem tiver a sensibilidade de educar seus filhos para o amor, nossa sociedade estará bem melhor. Não é possível que, em pleno século 21, homens se achem no direito de bater e violentar mulheres. Precisamos combater isso na raiz do problema”, defendeu a deputada.
Comentários: