O Bispo de Roraima, Dom Evaristo Pascoal Spengler, e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônia (REPAM-Brasil), transferiu encontros de grande relevância nesta segunda-feira (20) nos Ministérios da Pesca e Aquicultura e da Justiça. Os diálogos focaram em desafios cruciais enfrentados pelos povos amazônicos, abordando temas como os impactos da seca, a sustentabilidade das práticas pesqueiras e questões de direitos humanos.
No primeiro encontro, Dom Evaristo se reuniu com o Secretário Nacional da Pesca, Cristiano Wellington Noberto Ramalho, para discutir a situação da seca na Amazônia, a sustentabilidade dos pescadores, acordos de pesca e os benefícios para essa comunidade.
Durante a reunião, o Bispo ressaltou a atuação da REPAM, destacando seu compromisso com a vida e os povos na Amazônia. Ele expressou a preocupação da Rede com a seca na região e as múltiplas organizações de direitos humanos e socioambientais enfrentadas pelos povos amazônicos.
Dom Evaristo também destacou a necessidade de ações emergenciais para apoiar ribeirinhos, pescadores e comunidades, buscando facilitar o acesso à segurança dos pescadores. Além disso, enfatizou a importância de uma presença mais eficaz do Ministério na região.
Cristiano Ramalho, secretário da pasta, agradeceu o encontro e reconheceu o papel significativo da Igreja Católica na formação social e política de lideranças de movimentos populares ao longo da história.
No segundo encontro, Dom Evaristo foi recebido pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. A pauta incluiu diversas instâncias da situação dos defensores e defensoras dos Direitos Humanos na Amazônia, com ênfase em políticas de proteção para territórios ameaçados.
A comitiva da REPAM entregou ao ministro Flávio Dino um dossiê com toda a escuta nos nove estados do Brasil. “Apresentamos ao ministro Dino os problemas dos povos indígenas, dos povos ribeirinhos sobre a situação da Amazônia na questão ambiental, sobre a migração e reivindicações de direitos dos amazônidas e tivemos uma recepção bastante calorosa da parte dele, inclusive se comprometeu em responder pontualmente cada uma das demandas: do tráfico humano, violência sexual, demarcação da terra indígena. O diálogo foi aberto, para nós foi muito importante essa acolhida e também percebi que tem uma seriedade na busca de soluções”, destaca Dom Evaristo, presidente da REPAM-Brasil.
“O Ministério da Justiça é apenas uma parte imediata, depois se exige as políticas públicas de continuidade e é por isso que nós também vamos percorrer outros Ministérios outras instâncias aqui em Brasília para que esse mosaico possa ser contemplado e que cada um possa assumir aquilo que lhe compete”, afirma.
O bispo destaca ainda a gravidade da situação de violação de direitos da Amazônia e dos povos indígenas e comunidades tradicionais, que são os guardiões dessa biodiversidade com seus modos próprios de vida. “É necessário que haja incentivo para estas comunidades e povos para que possa se desenvolver de proteger o seus territórios sendo eles protagonistas e tendo autonomia em seus territórios para isso é preciso políticas de proteção, fiscalização e de sustentabilidade eu espero que o espaço possa ter auxiliado a refletir a grave crise socioambiental o que vivemos e nível planetário e de compromissos sérios em prol da Amazônia e dos povos amazônicos repensarem os modelo econômico que produz a destruição do meio ambiente e o extermínio dos povos originários”.
Programação
A agenda de diálogos segue até a sexta-feira, 24 de novembro, com encontros e reuniões entre os bispos da Amazônia e a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e representantes de outros ministérios, como Povos Indígenas, Direitos Humanos, Assistência Social e Combate à Fome e Minas e Energia.
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