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Assembleia Legislativa aprova projetos que fortalecem políticas de proteção às mulheres

Um dos PLs cria mecanismos de inserção prioritária em processos seletivos do Sine

Assembleia Legislativa aprova projetos que fortalecem políticas de proteção às mulheres
Fotos: Jader Souza / Nonato Sousa
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A Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) aprovou, na ultima terça-feira (5), dois projetos de lei (PLs) que visam fortalecer as políticas de proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar e auxiliar os filhos daquelas mortas em razão do feminicídio no Estado.

O PL nº 158/2023, de autoria da deputada Joilma Teodora (Podemos), foi aprovado com 14 votos e cria mecanismos de inserção prioritária de mulheres vítimas de violência sexual, doméstica e familiar em processos seletivos do Sistema Nacional de Emprego (Sine).

Para ter acesso à prioridade, que incide somente sobre o processo seletivo para o encaminhamento da candidata à vaga para entrevista de emprego, as mulheres devem apresentar documento comprobatório original, como a Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) e a Lei 13.718/2018, ou um ofício dos órgãos de proteção à mulher.

A prioridade será aplicada de forma escalonada:

  • alta prioridade: vítimas de violência sexual, doméstica e/ou familiar que sejam mães de crianças em idade escolar e estejam desempregadas;

  • média prioridade: vítimas que não sejam mães, mas que tenham pessoas sob sua dependência econômica;

  • baixa prioridade: vítimas que não se enquadrem nos requisitos para alta ou média prioridade.

Segundo Joilma Teodora, o objetivo da medida é romper a dependência econômica da mulher em relação ao agressor e facilitar sua recolocação no mercado de trabalho.

O presente projeto de lei possibilita que muitas mulheres busquem uma oportunidade de emprego, podendo assim libertar-se da relação abusiva com seus companheiros e recomeçarem suas vidas, tendo assegurada sua dignidade humana, prevista no corpo do texto constitucional”, afirmou a parlamentar em trecho da justificativa do PL.

Órfãos do feminicídio

Para assegurar a proteção integral e os direitos humanos das crianças e adolescentes que perderam suas mães em decorrência do feminicídio, o plenário também ratificou, com 14 votos favoráveis, o PL nº 96/2023, de autoria da deputada Tayla Peres (Republicanos).

O projeto estabelece os seguintes princípios para o atendimento especializado aos órfãos:

  • fortalecimento do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente;

  • política integrada de assistência e proteção, com atendimento especializado e por equipe multidisciplinar;

  • acolhimento como dever e norteador do trabalho dos serviços públicos e conveniados;

  • vedação às condutas de violência institucional, praticadas por instituição pública ou conveniada, inclusive quando gerar revitimização de crianças e adolescentes;

  • promoção de campanha permanente e ações de sensibilização sobre os direitos das crianças e adolescentes filhos de vítimas do feminicídio.

Durante a discussão da matéria, Peres pediu apoio para a aprovação da iniciativa.

Este projeto é de muita importância, pois vai determinar que esses órfãos tenham atendimento prioritário na rede de saúde. Diante dessa relevância para o atendimento desses menores, peço aos meus pares que possam votar sim para este projeto”, justificou a parlamentar.

Conceitos no PL

Mulheres vítimas de feminicídio são todas aquelas que se identificam com o gênero feminino, vedadas discriminações por raça, orientação sexual, deficiência, idade, escolaridade ou outras naturezas.

Órfãos do feminicídio são as crianças e os adolescentes dependentes de mulheres assassinadas em contexto de violência doméstica e familiar ou flagrante menosprezo e discriminação à condição de mulher, nos termos da Lei Federal nº 13.104/2015 (Lei do Feminicídio).

SAPL

Para conferir a íntegra das leis estaduais mencionadas, acesse o endereço https://sapl.al.rr.leg.br/, na aba “Normas Jurídicas”.

FONTE/CRÉDITOS: Suellen Gurgel
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