Na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, pulsa uma luta que atravessa gerações. A defesa dos territórios, das culturas e dos direitos dos povos originários ganha vida nas vozes e histórias de líderes como Luzete Moreira Viriato, Tatiane Messias e Ilan Lima, representantes de três diferentes gerações, mas unidos pelo mesmo espírito de resistência e esperança.
Com 70 anos, Luzete Moreira Viriato, da Comunidade Wuarapata, é um símbolo de resistência. Seu testemunho, carregado de emoção e firmeza, reflete décadas de enfrentamento contra as ameaças à terra e à cultura indígena.
"Eu estou envelhecendo, lutando, chorando pela nossa terra, que é sagrada. Onde antes vivíamos livres, agora enfrentamos destruição. Não queremos que acabem com nossos rios, nossa água, nossa mata. Lutamos por nossos netos, para que possam viver livres, sem medo. Deus disse que a terra é sagrada, e rezamos para que os brancos entendam e respeitem isso. Nossa luta é pelo futuro."
A adolescente Tatiane Messias, da Comunidade São Miguel da Cachoeira, representa a energia e a determinação da nova geração indígena. Em protestos recentes na BR-174, ela destaca a importância de barrar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 48, que ameaça os direitos territoriais indígenas.
"Estamos aqui na BR-174 lutando pelo nosso futuro e pelo dos nossos filhos. Se tirarem a PEC 48, seremos livres. Não desistiremos, porque o povo indígena nunca desiste."
Com 18 anos, Ilan Lima, da Comunidade Maturuca, simboliza o papel crucial dos jovens na preservação do território e no combate às legislações que ameaçam a sustentabilidade ambiental.
"Nós seguimos firmes pela defesa da nossa Terra-Mãe. Lutamos contra leis que trazem destruição, como a PEC 48. Queremos preservar nossas terras, rios e o equilíbrio ambiental, para que as próximas gerações respirem o mesmo ar puro. Nossa luta é pelo presente e pelo futuro."
Essas vozes são ecos de uma resistência que transcende as barreiras do tempo. São histórias de coragem e amor à terra, que inspiram não apenas os povos indígenas, mas todos os que acreditam na justiça e na sustentabilidade.
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