A Organização Internacional para as Migrações (OIM) está realizando a 8º Rodada da DTM (Matriz de Monitoramento de Deslocamento) em Roraima, marcando um esforço contínuo desde 2017 para compreender o perfil e as necessidades dos refugiados e imigrantes venezuelanos no estado. A pesquisa teve início em 15 de novembro e se estenderá até 8 de dezembro.
A DTM, sigla em inglês que significa "Displacement Tracking Matrix", é uma metodologia amplamente utilizada pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) em todo o mundo. Ela visa coletar dados que ajudam a entender o movimento humano, seja por desastres ambientais, conflitos, crises econômicas ou outros motivos.
Micheline Chaves do Nascimento, Coordenadora Nacional de Gestão da Informação da OIM, do Escritório de Brasília e responsável pela condução da pesquisa que iniciou em Roraima no ano 2017, explicou em entrevista no ''Programa 30 Minutos com a Pastoral dos Migrantes'' na Radio Monte Roraima FM: ''Nesta oportunidade e em parceria com diversos organismos, visa traçar um perfil detalhado e identificar as principais necessidades dos venezuelanos em Roraima. Este ano, a pesquisa abrange todos os 15 municípios do estado, um avanço em relação aos anos anteriores.''
No ano passado, a OIM em parcería com a Pastoral dos Migrantes e os agentes pastorais, entrevistaram 1300 pessoas, representando 5185 indivíduos em todo o estado. Os resultados revelaram que 50% dos entrevistados eram mulheres, a média de idade era de 24 anos e 43% tinham ensino médio completo. A pesquisa deste ano permitirá comparações valiosas entre os dados de 2021 e 2022.
A equipe da OIM, composta por entrevistadores treinados, está distribuída em Boa Vista que se deslocam a todos os municipios do interior. Eles realizam visitas domiciliares e aplicam questionários, coletando informações sobre perfil, condições de vida, trabalho, saúde e educação. O objetivo é fornecer dados fundamentais para a elaboração de políticas públicas e projetos que atendam efetivamente às necessidades da população migrante.
A pesquisa deste ano já cobriu 10 municípios, incluindo Alto Alegre, Normandia, Mucajaí, Bonfim, Cantá, Amajari, Iracema, e outros. A coleta de dados continuará até o dia 8 de dezembro no sul do estado; em Rorainópolis, São Luís, Caroebe, São João da Baliza e Caracaraí.
A iniciativa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social, Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social de Roraima, e Pastoral do Serviço Pastoral do Migrante da Diocese de Roraima.
Os resultados da pesquisa devem ser divulgados no final de janeiro de 2024, proporcionando insights valiosos para a compreensão da dinâmica migratória em Roraima e orientando ações futuras em prol dos migrantes e refugiados venezuelanos no estado.
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