A fala do presidente Lula durante sua visita a Angola ressoa com uma urgência e uma verdade inegável sobre as desigualdades que permeiam nossa sociedade global. O compromisso declarado de fazer uma “campanha mundial contra a desigualdade” é não apenas admirável, mas também absolutamente necessário.
A desigualdade, como ele ressalta, não é apenas um conceito abstrato ou algo que ocorre distante de nós. Está presente nas interações diárias, nas conversas que temos, nas escolhas que fazemos. Ela assume muitas formas – desigualdade de gênero, racial, de idade, educacional, de saúde e financeira. É uma sombra que se estende entre nós e aqueles com quem compartilhamos este mundo.
A descrição detalhada das várias dimensões da desigualdade nos faz perceber que, embora tenhamos avanços como leis que promovem a igualdade de salário entre homens e mulheres, ainda estamos longe de alcançar um equilíbrio. A desigualdade persiste, alimentada pela concentração de riqueza nas mãos de poucos, enquanto muitos continuam enfrentando privações básicas.
A provocação de Lula sobre a necessidade de criar indignação nas pessoas que têm para despertar empatia em relação àqueles que não têm é poderosa. Isso nos convida a refletir sobre nossa responsabilidade coletiva como sociedade global. Se temos acesso à educação, alimentação e oportunidades, devemos nos indignar com a realidade de que tantos outros não têm essas mesmas chances.
A mensagem de Lula também chama a atenção para a importância de reconhecer as desigualdades de gênero e promover a participação e a liderança das mulheres. Ele destaca a contradição entre o fato de as mulheres serem a maioria da população mundial, mas ainda enfrentarem marginalização e tratamento desigual. Sua chamada por uma sociedade que reconheça o potencial e o poder das mulheres é uma chamada para uma mudança fundamental em nossa mentalidade.
No cerne da mensagem está a ideia de que a luta contra a desigualdade não é apenas uma questão política, mas uma questão moral e humanitária. É uma questão que exige que cada um de nós examine nossas atitudes, preconceitos e ações, e que as mudemos para construir um mundo mais justo.
A desigualdade é um obstáculo à realização plena do potencial humano. A fala de Lula nos lembra que a desigualdade não é inevitável, mas sim um resultado de escolhas e sistemas que podemos transformar. Como ele destaca, a chave para a mudança está em criar uma consciência e uma ação coletiva em busca de um mundo mais justo e equitativo.
Essa mensagem deveria ressoar não apenas nas mentes daqueles que a ouvem, mas também nas ações que tomamos, nas políticas que defendemos e na maneira como tratamos uns aos outros. A campanha contra a desigualdade é uma campanha pela humanidade, por um mundo em que cada indivíduo tenha a oportunidade de prosperar e contribuir. É uma campanha pela dignidade, pela justiça e pelo respeito mútuo.
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