Em nota, a Corte informou que Caldas solicitou, na sexta-feira (11), uma licença indefinida, pedido convertido em renúncia formal no sábado (12). “Tal como é de conhecimento público, Roberto F. Caldas foi denunciado por supostos atos de violência intrafamiliar em instâncias judiciais brasileiras. Quanto a estas acusações, o Presidente da Corte Interamericana, Juiz Eduardo Ferrer Mac-Gregor Poisot, ressaltou a importância que se investiguem os fatos de maneira diligente, rápida e oportuna no âmbito do devido processo. Não obstante o acima exposto, condena todos os tipos de violência contra as mulheres”, diz a nota.
As denúncias vieram a público na semana passada, primeiro por meio de reportagem da revista Veja. Depois, o jornal Metrópoles divulgou gravações feitas por Michella, nas quais o juiz e ex-marido usa contra ela palavras como “cachorra”, “safada”, “filha da puta”, “burra” e “gorda”.
Quase trinta gravações feitas ao longo de seis dos treze anos de relacionamento subsidiam a denúncia feita à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). A Agência Brasil procurou a delegacia para obter esclarecimentos sobre o caso, mas foi informada de que “não haverá atendimento sobre este caso específico, uma vez que trata-se de ocorrência de Lei Maria da Penha, motivo pelo qual está sob sigilo”.
Em nota, a defesa de Caldas afirmou, na segunda-feira (14), que “reconhece serem graves as inúmeras ofensas verbais feitas pelo casal ao longo de uma tumultuada relação, reveladas em gravações que vieram a público. A sua ex-esposa o gravou por 6 anos, o que demonstra uma relação doentia por parte dela, repleta de inconfessáveis motivos, mas, de qualquer maneira, as ofensas verbais são injustificáveis. O Dr. Roberto Caldas nega peremptoriamente qualquer agressão física.”
Última modificação em 16/05/2018